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Startups de passeadores de cães miram mercado de US$ 1 bi nos EUA

Getty Images
Imagem: Getty Images

Kyle Stock

31/10/2016 19h48

Na idade dos seres humanos, Woodrow é um adolescente, portanto seu amor é bastante cego. Após um início inebriante, ela começou a chegar tarde nos encontros. Depois foi para a Grécia. Quando voltou, passou a deixá-lo plantado. A gota d’água foi quando Woodrow viu seu amor andando de bicicleta alegremente, com outro cachorro trotando ao lado.

Woodrow parecia estar de coração partido (embora ele sempre pareça).

O negócio de passeador de cachorros, do jeito antiquado e analógico, é imperfeito. Encontrar e avaliar um bom passeador exige uma pesquisa confusa e conflituosa na internet, englobando desde o Yelp até o Craigslist.

E não há maneira confiável de afirmar se um serviço de passeio de cães é bom ou ruim. Chegar em casa e encontrar o cachorro vivo e tudo em ordem é praticamente o único critério de sucesso, a menos que a pessoa espie por meio de uma câmera ou do vizinho.

Reconhecendo espaço para melhora, uma série de startups tenta roubar clientes do filho do seu vizinho. Pelo menos quatro companhias financiadas por venture capital estão invadindo o mercado local de passeio de cães, cada uma delas um Uber incipiente para cachorro.

Woodrow, como muitos jovens bonitos de Nova York, corajosamente concordou com uma série de encontros online para ver qual era a melhor.

O Google tem seu algoritmo de busca, o Snapchat seus filtros animados de fotos e a nova leva de empresas de passeadores de cães tem o emoji do cocô.

Caminhando munidos de smartphones, os passeadores literalmente marcam para você em um mapa digital onde o bichinho parou, farejou e resolveu seus assuntos, somando um novo nível de detalhamento --talvez excessivo-- à dúvida sobre se a caminhada foi, digamos, produtiva.

Este é o principal argumento de venda da Wag Labs, que opera em 12 cidades grandes, e da Swifto, que atua em Nova York desde 2012.

Ambos os serviços monitoram a caminhada dos passeadores com seu cachorro por GPS, assim os clientes podem assistir à rota de seus bichos de estimação em tempo real nos aplicativos dedicados. Isso resolve uma questão incômoda do negócio: se a caminhada realmente aconteceu e qual foi sua extensão.

Após levar o Woodrow para passear, ambos os serviços postaram boletins com mapa da rota, tempo, distância, uma pequena descrição e uma foto do cachorro. Com as orelhas balançando, um sorriso bobo com a língua de fora e os olhos vidrados, Woodrow parecia feliz da vida.

A seguir, testamos a DogVacay e a Rover, as outras duas startups que travam a guerra dos passeios de cães. Esses serviços não são nem de perto tão caprichosos em seus relatórios de status, mas são muito maiores e mais bem financiados.

Juntas, as duas empresas captaram US$ 138,5 milhões de alguns dos investidores de risco mais influentes do Vale do Silício. Ao programar uma caminhada, ambas as plataformas preenchem mapas com os passeadores das redondezas, que estabelecem seus próprios preços.

Esta é uma adoção total, estilo Uber, da chamada economia de bicos. Enquanto a Swifto e outros serviços regionais contratam passeadores e exigem que eles se comprometam com um número mínimo de caminhadas, a DogVacay e a Rover estão voltadas aos amantes dos cachorros que querem ganhar alguns dólares extras em uma segunda-feira à tarde.

A esperança desse grupo de novas empresas é que a demanda por passeadores de cães seja, na verdade, muito maior do que parece.

O CEO da Rover, Aaron Easterly, chama isso de “mercado paralelo”: pessoas que não confiam seus bichos a um estranho e, portanto, pedem favores a familiares e amigos ou simplesmente obrigam os animais a esperar algumas horas até a hora de sair.

“Se for possível superar a barreira da confiança e transformar isso em algo normal... acreditamos que será possível ampliar o tamanho do mercado”, explica Easterly.