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Brooklyn tenta atrair empresas como alternativa a Manhattan

David M. Levitt

04/05/2017 12h30

(Bloomberg) -- A imagem do Brooklyn como o centro nova-iorquino da moda atrai vários moradores, de artistas a banqueiros. Contudo, pelo menos em um aspecto, o distrito mais populoso da cidade não consegue fazer jus à sua reputação.

Uma tentativa de atrair empresas famosas para escritórios grandes no Brooklyn tem desapontado por enquanto. Nenhum empregador privado assinou um contrato de aluguel de mais de 9.300 metros quadrados, o típico tamanho mínimo para o principal inquilino de um edifício, desde meados de 2015. No ano passado, a única transação desse porte foi uma renovação feita pelo Departamento de Bombeiros de Nova York.

Com mais de 650.320 metros quadrados de escritórios em planejamento - mais que o dobro do espaço no Empire State Building -, atrair grandes inquilinos é fundamental para incorporadoras que veem o distrito como a próxima fronteira para empresas em busca de espaços de ponta e uma alternativa mais acessível a Manhattan. Entre os projetos em construção há um complexo à beira-rio no Brooklyn Navy Yard e a transformação de antigos prédios de Testemunhas de Jeová adquiridos no ano passado por um grupo que inclui uma empresa dirigida por Jared Kushner, o genro e agora assessor sênior do presidente dos EUA, Donald Trump.

"Vai demorar um pouco mais do que alguns observadores imaginavam" para que todos os novos imóveis comerciais sejam alugados, disse Zev Holzman, corretor comercial da Savills Studley que trabalha no Brooklyn. "O conjunto de inquilinos não é tão grande. Ele ainda não chegou lá."

Incorporadoras e proprietários do Brooklyn enfrentam o desafio de atrair inquilinos em um momento em que o mercado de Manhattan está enfraquecendo, o que faz com que seja menos necessário que as empresas busquem alternativas mais baratas. Além disso, o distrito está afastado do centro corporativo da cidade, e sua localização dificulta o transporte para trabalhadores que moram em Nova Jersey ou nos subúrbios da região norte de Nova York, por isso o apelo para empresas que tem funcionários de vários lugares é menor.

Acordo da WeWork

O último acordo de aluguel de grande porte com uma empresa privada no Brooklyn foi com a WeWork - e até esse foi com uma empresa de escritórios compartilhados que depende de atrair trabalhadores para seu espaço. Em julho de 2015, a WeWork decidiu ocupar cerca de um terço do espaço do Dock 72, o projeto de 62.775 metros quadrados com a Boston Properties e a Rudin Management no Brooklyn Navy Yard, primeiro projeto construído do zero pela startup.

Desde o acordo com a WeWork, o maior aluguel de escritórios por um empregador privado no Brooklyn foi um acordo por 7.400 metros quadrados, fechado em fevereiro pela 2U, uma empresa de tecnologia da educação, para se mudar para 55 Prospect St. O projeto Dumbo Heights pertence a uma sociedade que inclui a Kushner Cos., a empresa familiar dirigida por Jared Kushner até janeiro. Os investidores adquiriram os seis antigos prédios de depósitos e gráficas perto da base da Ponte do Brooklyn de Testemunhas de Jeová em 2013, com o plano de transformar os 111.600 metros quadrados em escritórios.

O ecossistema empresarial de Brooklyn, que nutre e recompensa startups, acabará atraindo inquilinos corporativos, disse Andrew Hoan, CEO da Câmara de Comércio do Brooklyn. "É acima de tudo o crescimento orgânico das pequenas empresas" que dá impulso ao distrito, que foi o que mais empregos criou dos cinco distritos da cidade, disse ele.