Paulo Leme, ex-Goldman Sachs, junta-se ao fundo de hedge Vinland
(Bloomberg) -- Paulo Leme, ex-presidente do Goldman Sachs no Brasil, está se juntando à empresa de fundos de hedge brasileira Vinland Capital Management Gestora de Recursos como sócio e chairman.
"A Vinland tem uma equipe experiente nos mercados locais e internacionais e muitos sócios são meus amigos; eles me tiraram rapidamente da vida de aposentadoria", disse Leme, que deixou o Goldman em abril depois de mais de 25 anos no banco. O economista, que já foi diretor gerente na área de análise de mercados emergentes para o banco com sede em Nova York, vai viver nos EUA, onde seguirá de perto os mercados internacionais.
Andre Laport, 49 anos, ex-responsável pela área de renda variável da América Latina do Goldman, fundou a Vinland com James Oliveira, 47, que teve uma carreira focada em operações de renda fixa e câmbio em mercados locais e estava entre os sete sócios controladores do Banco BTG Pactual quando saiu, em 2016. Os dois primeiros fundos foram lançados em março para investidores locais e no final de julho esses fundos serão abertos aos estrangeiros.
"A senioridade e o perfil de alto nível de Paulo vão nos ajudar a melhorar nosso relacionamento com investidores fora do Brasil, como endowments, fundos soberanos, fundos de pensão, fundações e fundo de fundos; eu trabalhei com ele por muitos anos e admiro seu trabalho ", disse Laport, o primeiro brasileiro a se tornar sócio do Goldman Sachs. Ele deixou o banco em janeiro de 2017.
"Paulo complementa nosso time perfeitamente, com seu lado institucional forte, enquanto eu e James temos mais um perfil de trader", disse Laport.
Os fundos multimercados brasileiros, similares aos fundos globais de hedge, registraram entradas líquidas de R$ 47,5 bi este ano até 18 de maio, mais da metade dos ingressos para todos os tipos de fundos, de acordo com a Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. E isso após entrada de R$ 87 bi no ano passado -- mais de quatro vezes o total de 2016 e um recorde histórico.
O abalo nos mercados emergentes e a greve dos caminhoneiros que paralisou o Brasil, deprimindo os mercados, estão mostrando aos investidores locais como é importante diversificar seu portfólio com ativos de fora do maior país latino-americano, disse Leme, acrescentando que isso é uma oportunidade para os fundos de hedge com DNA internacional, como o Vinland.
A greve nacional de caminhoneiros está entrando em seu décimo dia e os protestos contra a alta no preço dos combustíveis estão bloqueando as rodovias desde o início da semana passada, causando escassez generalizada de frutas, verduras, ovos e gasolina. Escolas, hospitais e aeroportos foram forçados a interromper ou reduzir os serviços por falta de fornecimento de produtos essenciais.
O governo reagiu de forma lenta e hesitante à crise, disse Leme.
"Os mercados ainda estão simplificando demais a complexidade das eleições presidenciais de outubro", disse Leme, acrescentando que não está claro quais realmente serão os candidatos, especialmente diante da alta rejeição dos políticos depois da Lava Jato.
Ele disse que não está claro se um candidato favorável às reformas econômicas vencerá, como os banqueiros anteriormente esperavam.
A Vinland planeja captar não mais do que R$ 5 bilhões para seus dois primeiros fundos, disse Oliveira em março. A empresa agora tem R$ 1,5 bilhão já investidos de private banking a family offices no Brasil e planeja captar recursos de fundos de pensão brasileiros. Os sócios da empresa também estão investindo seu próprio dinheiro nos fundos.
Vinland, o nome do primeiro lugar onde os vikings puseram os pés nas Américas, tem cerca de 30 funcionários. Um de seus fundos tem uma estratégia chamada de long-bias, na qual o fundo pode ficar comprado em ações de zero a 120% do portfólio total. O outro apresenta uma estratégia macro, que pode manter posições compradas ou vendidas em vários mercados de ações, renda fixa, moedas, commodities e mercados futuros de acordo principalmente com as perspectivas econômicas e políticas gerais de um país.
O fundo macro tem a maior parte de sua carteira investida fora do Brasil, disse Paulo Castilho, sócio fundador da Vinland, que também trabalhou no Goldman Sachs.
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