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Arte e antiguidades chinesas são poupadas das tarifas de Trump

Yang Lei/Xinhua
Imagem: Yang Lei/Xinhua

Mark Niquette e Katya Kazakina

19/09/2018 12h44

(Bloomberg) -- As obras de arte e as antiguidades chinesas têm sido poupadas das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. Pelo menos até agora.

Trump ordenou ao governo que imponha tarifas de 10% a US$ 200 bilhões em bens chineses na semana que vem e aumente a alíquota para 25% em janeiro se Pequim se negar a fazer concessões comerciais. Entre os itens retirados da lista inicial de produtos que seriam taxados estão pinturas, esculturas, colagens, cerâmicas e artigos de coleção históricos, além de antiguidades com mais de cem anos.

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Críticos do plano tarifário disseram que os impostos iriam desencorajar colecionadores e comerciantes privados de adquirir itens artísticos e culturais chineses e, como os museus dependem de doações, os museus e o público visitante seriam prejudicados. Eles também questionaram a eficácia de tentar estimular a produção dos EUA ou de mudar o comportamento comercial da China apontando contra obras de arte.

Aqueles que se opõem a taxar as obras de arte chinesas fazem parte das centenas de empresas e grupos comerciais dos EUA que pediram, em audiências públicas e em comentários por escrito ao Escritório de Representação Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), que certos produtos fossem eximidos das tarifas.

"Obrigado a todos os que enviaram comentários e se pronunciaram contra as tarifas propostas sobre as obras de arte chinesas e parabéns por terem ajudado o USTR a chegar à decisão certa", disse James Lally, cuja galeria em Manhattan é especializada em obras da China, em um comunicado enviado por email.

Vendas globais

A China é o segundo maior mercado de arte do mundo e representa 21% das vendas em valor, atrás dos EUA, que respondem por 42%, de acordo com o relatório Art Market 2018, da Art Basel e do UBS Group. As vendas no mercado mundial de arte totalizaram US$ 63,7 bilhões em 2017, 12% a mais que em 2016, segundo o relatório.

As importações provenientes da China no ano passado incluíram US$ 107,2 milhões em antiguidades centenárias e US$ 66,6 milhões em pinturas, desenhos e pastéis feitos à mão, segundo dados do Censo dos EUA.

No entanto, as obras de arte chinesas poderiam voltar a ficar na linha de fogo.

A China anunciou rapidamente que planeja retaliar com impostos a US$ 60 bilhões em bens dos EUA e Trump ameaçou impor tarifas a cerca de US$ 267 bilhões em importações chinesas se Pequim revidar.

Embora os grupos empresariais dos EUA tenham elogiado a exclusão de alguns produtos que seriam alvo dos impostos, eles lamentaram que Trump esteja impondo tarifas como forma de abordar as práticas comerciais da China, em vez de buscar um acordo negociado.

"O governo não prestou atenção às diversas advertências dos consumidores e empresas americanas sobre os custos crescentes e a perda de empregos no comércio, nas fábricas e em fazendas e sítios de todo o país", disse o CEO da Câmara de Comércio dos EUA, Thomas Donohue, em declaração. "Ambos os países deveriam continuar negociando e os EUA deveriam continuar trabalhando com seus aliados para buscar soluções alternativas."

Será que a China é mesmo um país comunista?

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