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Facebook é acusado de ocultar métricas infladas em 2015

Joel Rosenblatt

17/10/2018 11h57

(Bloomberg) — O Facebook sabia no início de 2015 que tinha induzido os anunciantes a erro em relação ao tempo médio que os usuários passaram vendo videoclipes na internet - e depois mentiu a respeito, de acordo com uma ação judicial.

A empresa proprietária da maior rede social do mundo reconheceu em setembro de 2016 que havia inflado a métrica para os anunciantes e informou que tinha corrigido seus cálculos. Crowd Siren, a agência de marketing on-line que abriu processo por causa dessas deturpações, agora afirma que o Facebook sabia, já em 2015, que estava exagerando os números divulgados.

A Crowd Siren acrescentou acusações de fraude e um pedido de indenização punitiva contra a empresa em uma queixa modificada que foi apresentada na terça-feira em um tribunal federal em Oakland, na Califórnia.

"Este processo não tem mérito e nós apresentamos uma petição para descartar essas acusações de fraude. As insinuações de que nós tentamos de algum modo ocultar esta questão de nossos parceiros são falsas", disse um representante do Facebook em um comunicado. "Informamos o erro a nossos clientes quando descobrimos o problema e atualizamos nossa central de assistência para explicar o problema."

O crescimento do Facebook se baseou em convencer anunciantes de que as pessoas estão assistindo a mais vídeos em sua rede social. A companhia com sede em Menlo Park, na Califórnia, está tentando reconquistar a confiança após uma série de revelações de que hackers acessaram informações pessoais dos usuários e de que a plataforma foi manipulada pela Rússia para ajudar Donald Trump a vencer a eleição presidencial dos EUA em 2016.

O Facebook não corrigiu as métricas infladas, de acordo com o documento. Em vez disso, a empresa se envolveu em uma campanha de relações públicas para desviar a atenção dos erros, afirmou a Crowd Siren, citando documentos internos da empresa e trocas de e-mail.

"Se o Facebook tivesse corrigido seu erro de cálculo de modo imediato e claro, os anunciantes teriam visto uma queda súbita e precipitada em suas métricas de visualização", de acordo com a queixa emendada. Os anunciantes "ficariam menos propensos a continuar comprando publicidade em vídeo do Facebook".

O Facebook enfrenta, em uma queixa apresentada em agosto, outras acusações de deturpar o alcance estimado de público dos anunciantes. Essa queixa foi apresentada pela Cohen Milstein Sellers e Toll, um dos escritórios de advocacia que redigiram a petição de terça-feira. O Facebook negou as acusações.

—Com a colaboração de Sarah Frier.