Fiasco? Desfecho de megaleilão não abala investidor da Petrobras
(Bloomberg) — A maior venda de campos de petróleo do Brasil frustrou aqueles que esperavam um forte fluxo de entrada de dólar e aumentou a dúvida sobre o tamanho do apetite estrangeiro pelos ativos do país, mas os investidores da Petrobras parecem não se incomodar com o resultado do leilão.
As ações preferenciais da Petrobras - que inicialmente foram penalizadas pela leitura de que a oferta mais agressiva da estatal pelo campo de Búzios prejudica o processo de desalavancagem - acumulam alta de cerca de 3% desde o leilão, enquanto os títulos da companhia com vencimento em 2028 estão pouco alterados no mesmo período.
"O resultado do leilão foi positivo para a Petrobras", escreveu Regis Cardoso, analista do Credit Suisse, em relatório de 7 de novembro. "Búzios é um dos melhores campos do pré-sal, com poços de alta produtividade comprovada e breakeven baixo", disse Cardoso, que possui recomendação outperform para os recibos de ações da empresa nos EUA.
Bradesco BBI, Citi e Itaú BBA também reiteraram recomendações equivalentes à compra para as ações, citando que o investimento agrega valor - compensando a maior alavancagem no curto prazo. A Dogma Capital disse que o evento desta semana não altera sua visão otimista para a Petrobras. Mais importante ainda, dizem os analistas, a ausência das maiores produtoras globais não é necessariamente um sinal de má alocação de capital.
"Havia uma assimetria significativa a favor da Petrobras no leilão", escreveu Cardoso, citando a compensação a ser paga à empresa por investimentos que já foram feitos. "A empresa já atua nessas áreas e levar os volumes excedentes permite muitas sinergias com as operações existentes."
Em entrevista à Bloomberg, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que as incertezas regulatórias e o preço astronômico foram os culpados pela ausência dos grandes players internacionais. Castello Branco também disse que a empresa pode desenvolver por conta própria o campo de Búzios sem comprometer a disciplina financeira. Mesmo que a Petrobras precise pagar os R$ 63 bilhões do bônus de assinatura, os níveis de alavancagem permanecerão razoavelmente estáveis no quarto trimestre, disse ele.
"O investimento é mais caro e afeta a capacidade da Petrobras de reduzir a dívida no curto prazo, mas o ativo é muito bom", disse Ray Zucaro, diretor de investimentos da RVX Asset Management em Miami. "No fim das contas, a empresa está adquirindo ativos em uma das áreas mais premium", disse Zucaro, que possui ações da Petrobras em seu portfólio.
(Com a colaboração de Sabrina Valle)
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