China entra em seleto clube de países que conseguem produzir pontas de caneta
Antonio Broto.
Pequim, 17 jan (EFE).- Pequenas e aparentemente de fácil criação, as pontas de canetas requerem uma complexa tecnologia que até o momento só era dominada por potências como Alemanha e Japão, uma limitação que a China conseguiu superar após anos buscando o segredo para descobrir como elas eram elaboradas.
Uma fabricante do norte do país, a Taiyuan Iron & Steel (Tisco), anunciou na semana passada que, após cinco anos de trabalho, tinha conseguido desenvolver uma bolinha, dispositivo que distribui a tinta no papel quando a pessoa escreve, tão boa como as importadas, o que foi comemorado como se fosse um avanço na tecnologia espacial.
Não é para menos. A China é a maior fabricante de canetas do mundo, com três mil empresas dedicadas à atividade, e que, durante anos, teve que importar as peças. As pontas estrangeiras são patenteadas e, por isso, as companhias chinesas tinham que desembolsar US$ 17 bilhões para importá-las, o que contribuía para reduzir a margem de lucro dos empresários.
A China produz 38 bilhões de unidades de caneta por ano, mas as empresas lucravam apenas 10 centavos de iuane por cada uma delas. Nas lojas e nas papelarias, as canetas são vendidas por um preço 20 vezes maior.
As dificuldades da China de produzir uma caneta 100% nacional foram por anos motivos de inconformidade e até de vergonha para os líderes do país. Há cerca de um ano, o primeiro-ministro Li Keqiang se queixou publicamente do fato.
"As (canetas) fabricadas aqui escrevem de forma mais áspera", reclamou Li em um seminário econômico em Pequim, o que reflete a obsessão do governo por um assunto aparentemente banal.
Em 2011, foi lançado um programa nacional de investimento que envolveu a Tisco e outras companhias. O governo fez um aporte de US$ 8,6 bilhões em quatro anos para desenvolver a tecnologia.
Fabricar uma ponta de caneta perfeita, destacava nesta semana a agência "Xinhua", requer aço de uma qualidade especial, fácil de cortar, mas difícil de quebrar, e que deve ser submetido a mais de 20 processos para ficar pronto.
Nesses processos são acrescentados "microelementos especiais", destacou a "Xinhua", sem dar mais detalhes de um segredo quase tão guardado como o da receita da Coca-Cola, e que a Tisco demorou muito tempo para dominar.
Por fim, a empresa, ao lado da fabricante Beifa, descobriu como obter o efeito tão desejado.
"As pontas são a prova de desgastes, com excelente escrita e podem substituir completamente as importadas", garantiu o diretor do laboratório de testes daa Beifa, Hu Shengyang.
A China, que até agora dependia principalmente da importação do produto do Japão, pode substituir as compras pela produção nacional. O país fixou oficialmente a meta de ser um "líder nacional em inovação" antes de 2030, e isso passa por todos os tipos de objeto. EFE
abc/lvl/rsd
Pequim, 17 jan (EFE).- Pequenas e aparentemente de fácil criação, as pontas de canetas requerem uma complexa tecnologia que até o momento só era dominada por potências como Alemanha e Japão, uma limitação que a China conseguiu superar após anos buscando o segredo para descobrir como elas eram elaboradas.
Uma fabricante do norte do país, a Taiyuan Iron & Steel (Tisco), anunciou na semana passada que, após cinco anos de trabalho, tinha conseguido desenvolver uma bolinha, dispositivo que distribui a tinta no papel quando a pessoa escreve, tão boa como as importadas, o que foi comemorado como se fosse um avanço na tecnologia espacial.
Não é para menos. A China é a maior fabricante de canetas do mundo, com três mil empresas dedicadas à atividade, e que, durante anos, teve que importar as peças. As pontas estrangeiras são patenteadas e, por isso, as companhias chinesas tinham que desembolsar US$ 17 bilhões para importá-las, o que contribuía para reduzir a margem de lucro dos empresários.
A China produz 38 bilhões de unidades de caneta por ano, mas as empresas lucravam apenas 10 centavos de iuane por cada uma delas. Nas lojas e nas papelarias, as canetas são vendidas por um preço 20 vezes maior.
As dificuldades da China de produzir uma caneta 100% nacional foram por anos motivos de inconformidade e até de vergonha para os líderes do país. Há cerca de um ano, o primeiro-ministro Li Keqiang se queixou publicamente do fato.
"As (canetas) fabricadas aqui escrevem de forma mais áspera", reclamou Li em um seminário econômico em Pequim, o que reflete a obsessão do governo por um assunto aparentemente banal.
Em 2011, foi lançado um programa nacional de investimento que envolveu a Tisco e outras companhias. O governo fez um aporte de US$ 8,6 bilhões em quatro anos para desenvolver a tecnologia.
Fabricar uma ponta de caneta perfeita, destacava nesta semana a agência "Xinhua", requer aço de uma qualidade especial, fácil de cortar, mas difícil de quebrar, e que deve ser submetido a mais de 20 processos para ficar pronto.
Nesses processos são acrescentados "microelementos especiais", destacou a "Xinhua", sem dar mais detalhes de um segredo quase tão guardado como o da receita da Coca-Cola, e que a Tisco demorou muito tempo para dominar.
Por fim, a empresa, ao lado da fabricante Beifa, descobriu como obter o efeito tão desejado.
"As pontas são a prova de desgastes, com excelente escrita e podem substituir completamente as importadas", garantiu o diretor do laboratório de testes daa Beifa, Hu Shengyang.
A China, que até agora dependia principalmente da importação do produto do Japão, pode substituir as compras pela produção nacional. O país fixou oficialmente a meta de ser um "líder nacional em inovação" antes de 2030, e isso passa por todos os tipos de objeto. EFE
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