Santorini: paraíso para turistas, pesadelo para funcionários públicos gregos
Yannis Chryssoverghi.
Atenas, 14 jul (EFE). - Na ilha de Santorini, um paraíso para os turistas na Grécia, com mais de 5 milhões de visitantes por ano, a busca por um imóvel de funcionários públicos que são enviados para lá é um verdadeiro pesadelo, fazendo que tenham que viver em alojamentos inadequados ou pagar aluguéis exorbitantes.
Não é incomum que profissionais da saúde, professores, policiais e bombeiros, por exemplo, muitas vezes façam de tudo para evitar uma transferência a essa ilha do Mar Egeu.
"O período turístico vai de abril ao final de outubro e os locais não querem alugar apartamentos para funcionários públicos, preferem fechar negócio através de plataformas online e simplesmente não alugá-los no resto do ano", explica à Agência Efe Manolis Karamolengos, diretor de uma escola pública de ensino médio em Santorini.
Karamolengos conta que os que estão dispostos a alugar seus apartamentos a funcionários públicos pedem 600 euros (cerca de R$ 2.190) por mês, um preço proibitivo para quem ganha um salário de, aproximadamente, 800 euros (cerca de R$ 2.920), e que alguns proprietários querem o pagamento antecipado de todo o período. A duras penas, eles conseguem o número mínimo de professores que precisam para funcionar.
A professora Fotini Kuvata passou por essa situação. Transferida a cada renovação de contrato a um ponto diferente da Grécia, ela diz que pediu ao proprietário de onde tinha se instalado um preço melhor para os primeiros dias, ele propôs 40 euros (R$ 150) a noite em vez de 50 (R$ 180).
"Quando me transferiram para Santorini tive menos de uma semana para encontrar um apartamento. O meu salário de 800 euros não era suficiente nem mesmo para pagar o aluguel", conta ela.
Quando finalmente conseguiu alugar um imóvel teve que se mudar. Além de ser muito longe da escola onde trabalhava, o local não estava preparado para as temperaturas do inverno.
"Cheguei a pensar em me demitir. Muitos conhecidos fizeram isso", admite ela, que lembra que e alguns proprietários chegam a pedir que o inquilino saia do local sem qualquer aviso prévio.
Maria Mavrikaki, diretora do hospital público da ilha, revela que médicos e enfermeiros passam pelo mesmo problema.
"Por sorte nenhum funcionário do hospital foi expulso do apartamento no início do período turístico, mas todos têm dificuldades de encontrar um lugar para ficar. Tentamos oferecer incentivos econômicos através de fundações privadas, como subsídios para o aluguel", afirma ela.
Para os que recebem salários menores, a antiga unidade de saúde da ilha foi transformada em quarto.
Mas muito mais complicada é a situação de policiais e bombeiros enviados a Santorini na alta temporada.
"Vivem como se estivessem em um albergue de jovens. São três ou quatro dividindo o mesmo espaço", diz o prefeito de Santorini, Anastasios Zorzos.
Ele reconhece que os preços dos aluguéis são um grave problema e que as iniciativas do município para solucionar isso não deram os resultados esperados.
"A Prefeitura não pode custear o aluguel dos servidores. O Tribunal de Contas rejeitaria", explica ele, afirmando que este tipo de despesa não está prevista pela legislação.
Santorini possui uma base da Força Aérea que há anos está desativada. O prefeito conta que já pediu o seu uso em diversas ocasiões.
"Tanto o atual ministro, quanto seus antecessores negaram", declara.
Atenas, 14 jul (EFE). - Na ilha de Santorini, um paraíso para os turistas na Grécia, com mais de 5 milhões de visitantes por ano, a busca por um imóvel de funcionários públicos que são enviados para lá é um verdadeiro pesadelo, fazendo que tenham que viver em alojamentos inadequados ou pagar aluguéis exorbitantes.
Não é incomum que profissionais da saúde, professores, policiais e bombeiros, por exemplo, muitas vezes façam de tudo para evitar uma transferência a essa ilha do Mar Egeu.
"O período turístico vai de abril ao final de outubro e os locais não querem alugar apartamentos para funcionários públicos, preferem fechar negócio através de plataformas online e simplesmente não alugá-los no resto do ano", explica à Agência Efe Manolis Karamolengos, diretor de uma escola pública de ensino médio em Santorini.
Karamolengos conta que os que estão dispostos a alugar seus apartamentos a funcionários públicos pedem 600 euros (cerca de R$ 2.190) por mês, um preço proibitivo para quem ganha um salário de, aproximadamente, 800 euros (cerca de R$ 2.920), e que alguns proprietários querem o pagamento antecipado de todo o período. A duras penas, eles conseguem o número mínimo de professores que precisam para funcionar.
A professora Fotini Kuvata passou por essa situação. Transferida a cada renovação de contrato a um ponto diferente da Grécia, ela diz que pediu ao proprietário de onde tinha se instalado um preço melhor para os primeiros dias, ele propôs 40 euros (R$ 150) a noite em vez de 50 (R$ 180).
"Quando me transferiram para Santorini tive menos de uma semana para encontrar um apartamento. O meu salário de 800 euros não era suficiente nem mesmo para pagar o aluguel", conta ela.
Quando finalmente conseguiu alugar um imóvel teve que se mudar. Além de ser muito longe da escola onde trabalhava, o local não estava preparado para as temperaturas do inverno.
"Cheguei a pensar em me demitir. Muitos conhecidos fizeram isso", admite ela, que lembra que e alguns proprietários chegam a pedir que o inquilino saia do local sem qualquer aviso prévio.
Maria Mavrikaki, diretora do hospital público da ilha, revela que médicos e enfermeiros passam pelo mesmo problema.
"Por sorte nenhum funcionário do hospital foi expulso do apartamento no início do período turístico, mas todos têm dificuldades de encontrar um lugar para ficar. Tentamos oferecer incentivos econômicos através de fundações privadas, como subsídios para o aluguel", afirma ela.
Para os que recebem salários menores, a antiga unidade de saúde da ilha foi transformada em quarto.
Mas muito mais complicada é a situação de policiais e bombeiros enviados a Santorini na alta temporada.
"Vivem como se estivessem em um albergue de jovens. São três ou quatro dividindo o mesmo espaço", diz o prefeito de Santorini, Anastasios Zorzos.
Ele reconhece que os preços dos aluguéis são um grave problema e que as iniciativas do município para solucionar isso não deram os resultados esperados.
"A Prefeitura não pode custear o aluguel dos servidores. O Tribunal de Contas rejeitaria", explica ele, afirmando que este tipo de despesa não está prevista pela legislação.
Santorini possui uma base da Força Aérea que há anos está desativada. O prefeito conta que já pediu o seu uso em diversas ocasiões.
"Tanto o atual ministro, quanto seus antecessores negaram", declara.
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