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Investimento e boa gestão fazem da Espanha referência em turismo de cruzeiros

06/10/2017 17h49

Colônia do Sacramento (Uruguai), 6 out (EFE).- O investimento em infraestrutura, o bom modelo de gestão institucional para gerar recursos e a diversificação da oferta fazem da Espanha uma referência no turismo de cruzeiros a nível mundial.

Assim disse nesta sexta-feira em uma entrevista com a Agência Efe o presidente do órgão público espanhol Portos do Estado, José Llorca Ortega, durante sua participação no V Encontro Regional de Cruzeiros e Turismo Náutico Fluvial, que aconteceu na cidade uruguaia de Colônia do Sacramento.

Llorca apontou que "o esforço" realizado pela a Espanha nos últimos anos para "gerar infraestruturas adaptadas" a uma demanda "muito exigente" permite gerar recursos que depois são investidos no "patrimônio público" para assim ter infraestruturas portuárias "que sigam as tendências do transporte marítimo".

Além disso, destacou que para fomentar a chegada de cruzeiros estão sendo feitos investimentos que "não são estritamente rentáveis" do ponto de vista portuário, mas têm um efeito social "muito relevante", já que gerar atracações específicas para cruzeiros fazem com que os portos espanhóis sejam de embarque inicial e final de passageiros.

A respeito disso, Llorca explicou que, para que cresça o número de cruzeiristas também é necessário ter a cumplicidade dos governos municipais, regionais, das comunidades autônomas e das empresas para gerar "sinergias conjuntas", já que o negócio dos cruzeiros "se dá fundamentalmente na terra".

"Não se dá na água porque o barco de cruzeiro não vai a lugares onde a companhia de cruzeiro não pode fazer uma boa oferta turística em terra, portanto são imprescindíveis todos esses aspectos reguladores que permitam ou que favoreçam que a oferta terrestre seja de primeira linha", acrescentou.

Para o desenvolvimento da oferta em cada porto, é necessário gerar produtos que reflitam o folclore local e que tenham a qualidade para que a Espanha seja vista como um destino atrativo, já que, segundo Llorca, "o turista de cruzeiros costuma repetir" a viagem.

"O turista de cruzeiros exige completa tranquilidade e segurança, portanto os elementos associados à proteção têm que estar perfeitamente alinhados com as normas internacionais. O turismo de cruzeiros vai se desenvolver naqueles lugares que gozem de paz social e que tenham os menores riscos possíveis", acrescentou.

Sobre este ponto, considerou que os aspectos políticos e os problemas de segurança de Barcelona no último ano gerarão "uma falta de crescimento" e um possível retrocesso na quantidade de turistas, embora confie que será possível superar sem problemas estas dificuldades.

No entanto, Llorca manifestou que sua aspiração em matéria de cruzeiros é "continuar crescendo" e conseguir que até 2020 cheguem à Espanha "nove milhões de cruzeiristas".

"Acredito que é um objetivo tangível, talvez em alguns casos tenhamos que refletir sobre como fazer o turismo de cruzeiros mais sustentável para que não gere nenhum tipo de pressão social contrária ao cruzeiro, mas nós estamos convencidos de que vai continuar crescendo sobre a base da diversificação de destinos", ressaltou.

O Llorca afirmou que a chave para este progresso será o apoio aos portos pequenos para que melhorem sua oferta turística terrestre, cheguem mais cruzeiros e continuem o crescimento.

Por outro lado, explicou que seu objetivo durante o encontro regional realizado no Uruguai foi transmitir sua experiência e ajudar na geração de estratégias para que a região melhore.

Para isso, considerou necessário que países da região como Argentina, Brasil e Uruguai pratiquem "custos portuários que sejam competitivos" e gerem parcerias com as autoridades territoriais "para obter uma boa oferta terrestre".