Copresidentes do Fórum de Davos advogam pelo empoderamento feminino
Davos (Suíça), 23 jan (EFE).- As copresidentas da 48ª edição do Fórum Econômico Mundial, o primeiro dirigido exclusivamente por mulheres, advogaram nesta terça-feira pelo empoderamento feminino e pela luta pela igualdade de gênero, através da educação e da geração de possibilidades de financiamento.
Em uma coletiva de imprensa, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, apontou que o fato de pela primeira vez sete companheiras liderarem o Fórum de Davos "é uma importante manifestação" por parte da organização, mas recalcou que as mulheres ainda enfrentam "importantes barreiras" em muitas partes da sociedade na hora de ter acesso a um trabalho pago e de participar na economia.
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"Rejeitar direitos iguais às mulheres não é um plano válido para o futuro e não tem sentido nem politicamente e nem economicamente", sublinhou, além de advogar por fomentar a educação, especialmente das meninas, para que frequentem a escola por pelo menos 12 anos.
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que as copresidentes querem demonstrar que "inclusive sem testosterona podemos gerar uma energia construtiva e positiva para impulsionar soluções".
"Nos encontramos em um momento doce", disse Lagarde em referência ao crescimento mundial, que o FMI situa para 2018 e 2019 em 3,9%, por isso que o mundo pode se centrar agora nas responsabilidades e oportunidades compartilhadas.
Para a francesa, isso significa "empoderar as mulheres e converter esse enfado que vimos (com o movimento # MeToo) em ações lado a lado: mulheres e homens".
Essas ações, disse, vão desde a luta contra o assédio sexual e a violência física à melhora da saúde para as mulheres em muitos lugares do mundo e a eliminar os obstáculos legais que muitas delas ainda enfrentam no mundo trabalhista e das finanças.
A fundadora e a presidenta da Fundação Mann Deshi, a indiana Chetna Sinha, explicou como criou o primeiro Banco Rural, o primeiro fundo pensionista para mulheres rurais e a primeira escola de negócios para elas, ao qual seguirá agora, segundo anunciou, um fundo de investimento alternativo para empreendedoras.
"As mulheres querem prosperar desde as microfinanças às microempresas", recalcou.
A presidente e conselheira delegado do IBM, Ginni Rometty, disse que o seu objetivo durante o Fórum é conseguir que todas as empresas adotem uma política responsável e transparente para as novas tecnologias.
"100% dos empregos serão atingidos de alguma maneira" pela automatização e a digitalização da indústria, sublinhou, por isso que pediu que os trabalhadores se preparem para este novo mundo.
A diretora-geral do Centro Europeu de Física de Partículas (CERN), Fabiola Gianotti, quer promover o "rol que pode ter a ciência na hora de enfrentar os desafios sociais", porque a união entre as pessoas e o conhecimento científico "impulsiona o progresso".
E a conselheira delegada da ENGIE, Isabelle Kocher, chamou a atenção sobre a forte impaciência existente sobre o atual modelo de sociedade, que, disse, "é insustentável, não inclusivo e não inspirador".
"Temos que conciliar o crescimento econômico e o desenvolvimento econômico, mas de maneira simultânea e não separada como ocorre atualmente frequentemente", apontou.
Em uma linha similar a secretária-geral da Confederação Internacional de Sindicatos (CIS), Sharan Burrow, defendeu que "o mundo necessita negociar um novo contrato social" e "curar as feridas da força trabalhista mundial".
Burrow quer, além disso, um "desenvolvimento humano da tecnologia", de modo que as pessoas retenham o controle sobre as máquinas.
A primeira-ministra norueguesa advogou também por criar um movimento #MeToo contra a corrupção e os fluxos ilegais de dinheiro porque é o que solapa a capacidade dos países de atingir os objetivos sociais e de desenvolvimento para as suas sociedades".
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