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Petrobras Uruguai estudará proposta de sindicato para solucionar greve

17/06/2019 17h27

Montevidéu, 17 jun (EFE).- A Petrobras Uruguai estudará uma proposta do sindicato de trabalhadores do setor do gás que busca contemplar todas as partes para resolver o conflito e encerrar a greve geral que começou no último dia 10 de junho.

A informação foi repassada à imprensa pelo porta-voz do sindicato, Alejandro Acosta, depois de uma reunião na sede do Ministério de Trabalho e Seguridade Social entre a empresa, o sindicato, a central sindical PIT-CNT e representantes do governo uruguaio.

Neste sentido, Acosta explicou que a proposta do sindicato procura dar tempo à Petrobras para que possa negociar sua saída do país com o governo e. por isso, o prazo da medida se estenderia até fevereiro de 2020.

Além disso, a iniciativa quer atender a intenção da empresa de reduzir seu custo laboral equivalente a 30 postos de trabalho.

"Nós falamos de dois períodos consecutivos de seguro-desemprego rotativos de 15 companheiros cada um com reintegração ao final desses períodos", detalhou Acosta.

Além disso, disse que há uma série de trabalhadores que têm intenção de se aposentar, enquanto outros, que hoje estão em seguro-desemprego, "não querem reintegrar-se" e buscam seus direitos às indenizações da demissão.

Acosta ainda acrescentou que há trabalhadores que desde abril foram saindo da empresa por diferentes motivos e que tudo isto equivaleria a 26 postos de trabalho a menos.

Apesar da proposta, Acosta destacou que a empresa lhe recomendou que não tenham "muitas expectativas", uma vez que é difícil reverter as decisões já definidas.

Mesmo assim, o dirigente sindical afirmou que o governo uruguaio viu como positiva a proposta, porque "movimentava um pouco o tabuleiro", e solicitou uma resposta formal à Petrobras nos próximos dias.

"A greve vai continuar em todos seus termos. Quando alguém está em condições de fazer uma proposta é porque está em condições de força", ressaltou.

Já o presidente da PIT-CNT, Fernando Pereira, disse à imprensa que, se não se chegar a um acordo, "vai ser muito difícil para a empresa se explicar".

"Eu espero, e assim disse aos delegados da empresa, que a empresa reflita sobre a proposta integral, a analise profundamente e finalmente a aceite para terminar um conflito que leva tempo demais", comentou.

A Petrobras, que é a controladora da Distribuidora de Gás de Montevidéu, da qual tem 100% do capital, e da também distribuidora de gás Conecta, da qual tem 55%, anunciou no último dia 26 de abril a venda de novos ativos que incluem oito refinarias no Brasil e a rede de postos de gasolina PUDSA no Uruguai.

O conflito dos trabalhadores uruguaios do setor do gás com a empresa data de 2016 após várias demissões e incluiu greves de fome, manifestações e ocupações das sedes da companhia. EFE