Temendo por soberania, governo da Índia veta TikTok e outros 'apps' da China
O ministério de Tecnologias de Informação da Índia anunciou nesta sexta-feira o bloqueio de 59 aplicativos para celular, a maioria oriundos da China, entre eles, o popular TikTok, em meio a uma recente tensão fronteiriça entre os dois países.
"Em vista das informações disponíveis, estão envolvidas em atividades que são prejudiciais para a soberania e a integridade da Índia, a defesa da Índia, a segurança do Estado e a ordem pública", aponta comunicado divulgado pela pasta.
O governo justifica a medida pela vulnerabilidade da privacidade dos usuários, cujos dados seriam transmitidos "sem autorização, para servidores localizados fora da Índia".
De acordo como Ministério de Tecnologias de Informação, o objetivo de obter a informação seria elaborar perfis "hostis à segurança nacional e à defesa" do país.
A decisão de bloquear os aplicativos veio após consulta a diversas fontes e de uma recomendação emitida pelo Centro de Coordenação de Crimes Cibernéticos do Ministério do Interior.
TikTok
Entre os 'apps' está o popular TikTok, produzido pela empresa chinesa ByteDance, que tinha quase 470 milhões de usuários no planeta, no fim de 2019, sendo 173 milhões deles localizados apenas na Índia.
O aplicativo permite que sejam criados vídeos curtos, de entre 15 e 60 segundos, e incluir efeitos especiais com o próprio celular.
No primeiro trimestre de 2020, foi a ferramenta mais baixada no mundo, com 308 milhões de novos usuários, segundo dados da empresa americana de inteligência móvel, Sensor Tower.
Em nota, a TikTok reafirmou o seu comprometimento em trabalhar ao lado do governo da Índia para demonstrar dedicação à segurança do usuário.
"A criação de equipes de gerenciamento locais capacitadas nos países onde a TikTok opera, incluindo a Índia, foi fundamental para o nosso sucesso global. Embora o governo da Índia tenha emitido uma ordem provisória para bloquear 59 aplicativos, a equipe da ByteDance, de cerca de 2.000 funcionários na Índia, está comprometida em trabalhar com o governo para demonstrar nossa dedicação à segurança do usuário e nosso compromisso com o país em geral. Estamos orgulhosos de fornecer centenas de milhões de usuários na Índia — e em todo o mundo — uma plataforma criativa para suas histórias, performances, educação e, frequentemente, uma maneira de ganhar a vida", diz comunicado da empresa.
Na lista de 'apps' proibidos, ainda estão outros similares, como VigoVideo, além de outros dedicados a troca de mensagens, como QQ Player e QQ Music.
O governo também proibiu o aplicativo de vídeos Likee, propriedade de uma companhia sediada em Cingapura, que foi baixada 100 milhões de vezes entre janeiro e março deste ano.
Relações estremecidas
A decisão do governo da Índia foi divulgada em meio a um momento de tensão entre os dois países, após o confronto ocorrido entre militares e ambos os lados no último dia 15, no Himalaia ocidental, na região fronteiriça do Vale do Galwan, na região de Ladakh.
Ao menos, 20 soldados indianos morreram, e ainda foram registrados mais de 70 feridos.
Desde maio, já estava sendo registrada uma escalada militar entre China e Índia, após um outro confronto, que não deixou vítimas.
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