Com greve, atividade na indústria paulista cai 10,2% em maio, diz Fiesp
Sem o ajuste sazonal, o Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de transformação paulista caiu 1,1% no comparativo mensal e 4,2% em relação a maio do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, a atividade da indústria de São Paulo se manteve no campo positivo, marcando alta de 3,6% em relação aos cinco primeiros meses de 2017.
Segundo José Ricardo Roriz Coelho, presidente em exercício da Fiesp, a paralisação no transporte de carga, que provocou uma crise de abastecimento, tirou ritmo de uma recuperação que já vinha sendo lenta.
"A greve dos caminhoneiros tornou mais grave a preocupação de crescimento ao longo do ano. Para os próximos três meses, não vemos nenhuma chance de recuperação da atividade da indústria. Provavelmente, vamos ter uma situação pior do que a do primeiro trimestre de 2018", disse o executivo ao comentar, em nota, o resultado do INA.
Na comparação de maio com abril, houve queda de 16% nas vendas da indústria. As horas trabalhadas na produção tiveram queda de 2,3% e o nível de utilização da capacidade instalada ficou mais baixo em 1,8 ponto porcentual.
Roriz aponta que o fato de as empresas terem ficado aproximadamente 20 dias sem vender traz dificuldades em relação ao capital de giro - ou seja, os compromissos financeiros de curto prazo com fornecedores. "É um momento de muita apreensão e de muita preocupação".
Sensor
Divulgada junto com o INA, a pesquisa Sensor, que indica a atividade da indústria no mês corrente, recuou, no comparativo com maio, 1,4 ponto em junho, para 50,2 pontos. É o menor nível desde julho de 2017, ainda que leituras acima de 50 pontos sinalizem expectativa de aumento da atividade industrial no mês.
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