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'Privilégios atacados em PEC devem evitar desidratação', diz Bianco

André Ítalo Rocha e Francisco Carlos de Assis

São Paulo

21/02/2019 18h47

Representantes do governo disseram nesta quinta-feira, 21, em apresentação da reforma da Previdência a analistas do mercado financeiro, que o fato de a proposta conter regras mais duras para os mais ricos e regras mais suaves aos mais pobres servirá como argumento para evitar desidratação durante a tramitação.

"Fomos mais brandos com quem ganha menos para ser mais rígido com quem ganha mais", disse o secretário especial adjunto de Previdência, Bruno Bianco. Para ele, os parlamentares evitarão mexer nos itens que afetam mais os ricos, porque, assim, teriam que piorar as regras para os mais pobres. Quem assumir essa postura vai "passar vergonha", ele disse. "Vamos escancarar isso", acrescentou.

Bianco quis deixar claro que a estratégia de ser rígido com os mais ricos e mais suave com os mais pobres não foi elaborada originalmente para evitar desidratação no Congresso, mas, na visão dele, acabará tendo esse efeito. A proposta, ele disse, tem o objetivo de atacar privilégios e tornar mais justo o sistema previdenciário. "Não podemos ceder", afirmou.

O diretor de programa da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, Felipe Portela, que também participou da apresentação, deu o exemplo da regra de transição. "Para deixar a transição, terá que ser feita uma calibragem, como endurecer as regras para os menos favorecidos, é um jogo matemático", disse.