Déficit de US$ 31,3 bi reflete impacto da pandemia na indústria química
Nos primeiros dois meses deste ano, o déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 4,4 bilhões. O valor representa queda de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia sido de US$ 4,9 bilhões. As importações totalizaram US$ 6,3 bilhões, enquanto as exportações ficaram em US$ 1,9 bilhão. As importações recuaram 9,1% e as exportações tiveram queda de 5,8% no bimestre.
As exportações de alumina calcinada e de outros produtos inorgânicos, que somadas representam praticamente 70% de todas as quantidades físicas exportadas, tiveram aumento expressivo de 24,8%. Especificamente em fevereiro, as importações de produtos químicos foram de US$ 2,9 bilhões, uma diminuição de 12,6% em relação ao mesmo mês no ano passado e de 13,1% na comparação com janeiro de 2020. Já as exportações, de US$ 884 milhões, apontaram uma diminuição, respectivamente, de 8% e de 9,6% em iguais comparações. Para a diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o momento pede cautela quanto às projeções dos resultados dos próximos meses e ganham prioridade máximas as ações que garantam as operações industriais, portuárias e aduaneiras.
"São indiscutíveis e inevitáveis os impactos da pandemia da Covid-19 na balança comercial de produtos químicos ao longo do ano, como já começaram a ser sentidos no primeiro bimestre. De todo o modo, o que é primordial agora é o engajamento de toda a indústria em um diálogo aberto com os governos federal, estaduais, municipais e com outras entidades de classe para a adoção de medidas que garantam a operação da indústria, incluindo o deslocamento dos trabalhadores essenciais para o funcionamento das plantas industriais e das operações junto às autoridades portuárias e demais operadores logísticos da cadeia produtiva", destaca Denise.
Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o setor químico é estratégico na garantia de abastecimento, no enfrentamento da pandemia e na minimização dos seus graves reflexos sociais e econômicos.
"Reiteramos o compromisso do setor em apoiar e abastecer o País como fornecedores dos insumos básicos indispensáveis e fundamentais para o enfrentamento da crise. Nosso foco primordial é a preservação do bem-estar da população e a fabricação de insumos essenciais à saúde para evitar o desabastecimento do mercado. É por isso que estamos pleiteando ao Governo que os setores químico e petroquímico sejam explicitamente incluídos no Decreto 10.282 de 20 de março de 2020 como setores essenciais para o combate à Pandemia Covid-19", esclarece Marino.
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