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Bancos já renegociaram R$ 130 bi de R$ 200 bi pedidos na crise de covid-19

Federação Brasileira de Bancos disse que houve uma "explosão" na busca por crédito; imagem ilustrativa - Getty Images/iStockphoto/Vergani_Fotografia
Federação Brasileira de Bancos disse que houve uma "explosão" na busca por crédito; imagem ilustrativa Imagem: Getty Images/iStockphoto/Vergani_Fotografia

em Brasília

08/04/2020 07h05

Os cinco maiores bancos do país — Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander — renegociaram até o momento R$ 130 bilhões de um total de R$ 200 bilhões em pedidos feitos com a crise da pandemia do coronavírus.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Ferreira, diz que a crise levou a uma "explosão" de demanda por crédito. Com a queda brusca da atividade, do consumo e do faturamento, as empresas em geral estão precisando de caixa e buscando também crédito novo.

Segundo Ferreira, ainda faltam analisar entre 500 mil e 700 mil de pedidos. Como mostrou o jornal, levantamento divulgado na segunda-feira (6), pela Febraban, indicou que os cincos maiores bancos receberam 2 milhões de pedidos de renegociação, o equivalente a uma carteira de R$ 200 bilhões (saldos devedores dos pedidos). A Febraban, no entanto, não tinha informado quanto dos pedidos foram aceitos pelos bancos.

Os números, diz Ferreira, mudam "a todo momento", desde que os bancos anunciaram, em meados de março, a medida em resposta aos sinais mais severos da crise no Brasil. A prorrogação das parcelas está sendo feita por dois ou três meses, a depender do banco.

"Não está havendo 'empoçamento' de liquidez, mas demanda elevada por crédito", diz ele, que assumiu a presidência da Febraban no final de março. "O que torna essa crise bem diferente da crise de 2008. Mas seguiremos trabalhando para prover liquidez e crédito", acrescentou. No sábado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que havia um quadro de "empoçamento", que impedia o dinheiro chegar na "ponta" para quem precisa.

Com a crise, bancos estrangeiros cortaram as linhas para o país, estreitando ainda mais a liquidez no mercado. Segundo Ferreira, há cooperação, no momento, entre o Banco Central, governo e bancos para prover a liquidez necessária.