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Guedes desconversa sobre pressão para fatiamento de Ministério: 'conversa fiada'

Aliados políticos do presidente Jair Bolsonaro intensificaram a cobrança sobre o governo para um desmembramento de parte do Ministério da Economia - SERGIO LIMA/AFP
Aliados políticos do presidente Jair Bolsonaro intensificaram a cobrança sobre o governo para um desmembramento de parte do Ministério da Economia Imagem: SERGIO LIMA/AFP

Marlla Sabino e Idiana Tomazelli

08/10/2020 18h50

Em meio à pressão do Centrão para fatiar o Ministério da Economia e recriar as pastas do Trabalho e da Indústria, Paulo Guedes buscou desconversar sobre a possibilidade nesta quinta, 8. "Não existe isso. É conversa fiada", disse o ministro na chegada à Câmara dos Deputados para participar do lançamento da agenda legislativa da reforma administrativa.

Como mostrou o Estadão, aliados políticos do presidente Jair Bolsonaro intensificaram a cobrança sobre o governo para um desmembramento de parte do Ministério da Economia. A discussão gira em torno da separação da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho da pasta e a recriação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para ser entregue ao Centrão.

No Palácio do Planalto, como mostrou a reportagem, já se fala no planejamento de uma "pequena reestruturação". Apesar da ameaça de Paulo Guedes perder o status de superministro, auxiliares do presidente dizem que ele segue tendo o respaldo do governo.

Um dos secretários de Guedes, Carlos da Costa, foi indicado pelo governo à presidência do braço de investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o que poderia abrir a oportunidade para as mudanças.

A volta do Ministério de Trabalho e Previdência, antecipada pelo site Poder360, e a recriação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vêm sendo discutidas desde o início da aliança do Centrão com o presidente Jair Bolsonaro, que se intensificou durante a pandemia e mudou a articulação do governo no Congresso.

A reforma ministerial começou a ser comunicada por líderes do governo, segundo relatos de interlocutores ao Estadão. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também tem acompanhando as conversas de perto e fazendo sondagem entre parlamentares sobre quem poderia ocupar as novas pastas de Trabalho e Indústria.