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Bolsonaro pede para seguidor postar nota após abastecer e sugere bitributação

15.dez.2020 - O presidente Jair Bolsonaro durante visita técnica à Ceagesp, em São Paulo - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
15.dez.2020 - O presidente Jair Bolsonaro durante visita técnica à Ceagesp, em São Paulo Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Sofia Aguiar

São Paulo

12/02/2021 10h16

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pediu aos seus seguidores, por meio das redes sociais, para abastecerem seus automóveis e postarem a nota fiscal para análise da tributação.

Sugerindo o valor de R$ 100 "para facilitar os cálculos", o mandatário diz que a nota confirma indícios de "bitributação". Segundo ele, "ainda jogam a população contra o governo federal como se fosse o único a arrecadar".

No conflito em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis que permeou a agenda nacional na última semana, o presidente publicou uma nota fiscal que, de acordo com ele, sugere "bitributação", à medida em que o ICMS é cobrado em cima de um valor médio nos postos e naquele montante já estão embutidos impostos federais.

Para o presidente, a nota fiscal também confirma "a desinformação sobre o ICMS, que não é zero".

- Um pedido a você para hoje: - Abasteça seu carro, ou caminhão, com R$ 100,00 (para facilitar os cálculos de impostos)...

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Na sexta-feira (5) Bolsonaro afirmou que vai enviar um projeto de lei para estabelecer um valor fixo de ICMS sobre combustíveis para dar mais previsibilidade aos motoristas. Na live semanal de Bolsonaro transmitida ontem, ele afirmou que a proposta será apresentada hoje.

Atualmente, o imposto é cobrado como um porcentual do valor do combustível no momento da venda no posto, sendo o valor na bomba maior que nas refinarias. Dessa forma, os estados conseguem uma arrecadação maior sempre que o valor do combustível sobe.

Se passar para o valor fixo, os governos estaduais só terão aumento na arrecadação quando houver aumento do consumo. A proposta, assim, enfrenta resistência dos governadores, que perderiam em arrecadação.

Nesta semana, o chefe do Executivo citou a possibilidade de "convidar governadores" para debater o assunto e negou querer interferir no ICMS. "Não estou procurando encrenca, nem acusando os governadores de cobrar demais. Nós, governo federal, também cobramos demais. Agora, devemos buscar uma solução."