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Itapemirim chega no mercado durante crise, mas já fala em voar ao exterior

Avião da Itapemirim terá a fuselagem toda amarela, mesmo esquema de cores dos ônibus da empresa - Douglas Cavalcanti/Divulgação
Avião da Itapemirim terá a fuselagem toda amarela, mesmo esquema de cores dos ônibus da empresa Imagem: Douglas Cavalcanti/Divulgação

Juliana Estigarríbia

Em São Paulo

18/05/2021 13h36Atualizada em 18/05/2021 14h53

O setor aéreo passa pela pior crise de sua história com a pandemia da covid-19, mas o presidente da Itapemirim, Sidnei Piva, acredita que esse é exatamente o momento para o grupo estrear no mercado de aviação.

O executivo afirma que o plano da nova empresa é cobrir todo o território nacional e voar para Europa e Estados Unidos a partir de 2023. A investida nos céus ocorre em meio à recuperação judicial do grupo.

A ITA, nome da nova companhia aérea, começará a vender passagens na próxima sexta-feira (21), com viagem inaugural marcada para 29 de junho.

"Estou buscando tirar esse rótulo de low-cost, mas também não teremos o preço mais caro", disse o executivo ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

No início das operações, a ITA estará em oito aeroportos: Belo Horizonte/Confins (MG), Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Porto Seguro (BA), Rio de Janeiro/Galeão (RJ), Salvador e São Paulo/Guarulhos (SP).

Até junho de 2022, a companhia espera receber 50 aeronaves da Airbus, sendo dez do modelo A319 e o restante, do A320. Elas não serão novas: a idade média da frota será de 5 a 6 anos. "Com o tempo, faremos um plano de renovação, à medida que a empresa for crescendo."

O executivo está confiante que a Itapemirim conseguirá os horários de pousos e decolagens (slots) necessários para operar em outros aeroportos brasileiros, questão que historicamente rendeu embates no setor.

"Por lei, as novas entrantes do mercado de aviação têm direito a slots e, com a nova distribuição de espaços prevista para outubro, é inevitável que a ITA esteja entre as companhias que vão obter esses slots."

Piva afirma que a ITA recebeu um aporte de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) de dois fundos de investimento dos Emirados Árabes - cujos nomes não pode abrir por causa de um termo de confidencialidade.

"Para nós, seria até bom divulgar o nome de um desses fundos, que atuam no setor aéreo, mas não podemos", diz.

Céu de brigadeiro?

O desafio da Itapemirim, no entanto, supera o cenário macro. O executivo diz que a recuperação do braço rodoviário foi aprovado por 97% dos credores. "Temos autonomia para continuar investindo e garantir que teremos condições de honrar os nossos compromissos."

Porém, um relatório de janeiro da administradora judicial do grupo, a EXM Partners, reporta "relevante atraso nas análises" de auditoria do processo.

Piva garante, porém, que a Itapemirim resolveu as questões referentes ao plano e que cumprirá prazos. "Estamos pagando 100% do que é devido."