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Após críticas de Lira, presidente da Petrobras defende estatal

General Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras - Marcelo Camargo/Agência Brasil
General Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Célia Froufe e Denise Luna

Do Estadão Conteúdo, em Brasília e no Rio de Janeiro

14/09/2021 10h36

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, enalteceu hoje o trabalho da petroleira, lembrando que a companhia teve três momentos de superação. Para o general, a empresa continua a ser importante e supera a produção de 2 milhões de barris de óleo por dia. "É uma empresa muito, mas muito bem controlada", afirmou durante debate sobre a situação da operação das termelétricas, o preço dos combustíveis e outros assuntos relacionados à empresa no plenário da Câmara dos Deputados.

Inicialmente, Silva e Luna seria ouvido pela comissão de Minas Energia, mas o evento foi transferido ao plenário para que todos os deputados pudessem participar.

O presidente da estatal afirmou que a Petrobras tem forte estrutura de governança corporativa. "É uma empresa forte, e faz investimentos selecionados, além de ter forte governança evitando qualquer desvio de seu foco, naquilo que faz de melhor."

Ele afirmou que a empresa contribui para o Brasil, principalmente nestes tempos desafiadores e salientou que, em dois anos, a estatal pagou R$ 546 bilhões em tributos.

Na noite de segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou a gestão da Petrobras, causando forte reação nos papéis da petroleira no after hours em Nova York. A mensagem foi publicada no Twitter após a Casa confirmar que o presidente da estatal participaria do debate. "Tudo caro: gasolina, diesel, gás de cozinha. O que a Petrobras tem a ver com isso? Amanhã [terça], a partir das 9h, o plenário vira Comissão Geral para questionar o peso dos preços da empresa no bolso de todos nós. A Petrobras deve ser lembrada: os brasileiros são seus acionistas", escreveu Lira.

O posicionamento de Lira vem na sequência de ataques feitos à política de preços da Petrobras - realizados da oposição a membros do governo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro - diante da alta da inflação.

Após as declarações do presidente da Câmara, o ADR da Petrobras em Nova York mergulhou mais de 2% na sessão estendida. Depois de certa oscilação, o papel encerrou o pregão extra da segunda-feira em US$ 10,19, baixa de 1,16%.

O requerimento para a realização do debate da manhã desta terça foi apresentado pelo deputado Danilo Forte (PSDB-CE) e assinado por líderes e deputados de diversos partidos.

O deputado avaliou que o momento era adequado por causa da atual crise hídrica, desencadeada pela escassez de chuvas nas regiões onde estão localizados os reservatórios de hidrelétricas. Para Danilo Forte, o problema se agravou com os atrasos em investimentos de geração e de transmissão.