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Há exagero sobre a forma que se fala de estagflação globalmente, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - ADRIANO MACHADO
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto Imagem: ADRIANO MACHADO

Brasília

19/11/2021 12h50Atualizada em 19/11/2021 17h20

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira o aumento do debate sobre estagflação no mundo, o que indica como a aceleração inflacionária está no foco global. Em sua avaliação, "há certo exagero" em como esse termo tem sido utilizado, uma vez que a perspectiva ainda é positiva para o crescimento global, embora menor do que se esperava.

"Acho que há certo exagero em como esse termo está sendo usado de forma genérica. Mas mostra um pouco como a inflação tem dominado o noticiário", disse, em palestra no Meeting News, organizado pelo Grupo Parlatório.

Campos Neto, porém, reconheceu que o mundo emergente está tendo crescimento mais baixo. Segundo o presidente do BC, há um debate sobre o crescimento estrutural no período pós-pandemia. "Brasil sofre um pouco com crescimento estrutural mais baixo em 2022."

Ele ainda reconheceu que os banqueiros centrais tiveram dificuldade de entender esse pós-pandemia em termos macroeconômicos. "Temos que reconhecer que, de forma geral, economistas e banqueiros centrais tiveram dificuldade de entender o que seria o pós-pandemia."

Ele lembrou que os últimos números apontam para pacotes fiscais de US$ 9 trilhões no mundo, sendo que quase US$ 4,7 trilhões foram de transferência direta. "Nunca tinha sido feito nessa intensidade, nessa velocidade, em um período de tempo tão curto."

Campos Neto também citou novamente a melhora da pandemia de covid-19 no Brasil e destacou o aumento de contratos de antivirais em diferentes países desenvolvidos, onde há maior rejeição à vacina, como a Europa.