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FAB recebe os quatro primeiros caças fornecidos por empresa sueca

Caça F-39E Gripen - Divulgação / FAB
Caça F-39E Gripen Imagem: Divulgação / FAB

Roberto Godoy

Do Estadão Conteúdo

25/11/2021 09h01Atualizada em 26/11/2021 12h54

A Força Aérea Brasileira começou a receber nesta quarta-feira, 24, os primeiros caças F-39E Gripen operacionais, de combate, fornecidos pela empresa sueca Saab. O lote inicial de quatro jatos supersônicos foi apresentado à tarde em Linkoping, no sul da Suécia.

Os aviões não virão imediatamente para o Brasil. Deverão ser embarcados em navios cargueiros, de dois em dois, já montados. O desembarque, provavelmente no porto de Navegantes, em Santa Catarina, ocorrerá no primeiro trimestre de 2022. Depois de uma revisão de três dias, voarão para Gavião Peixoto, no interior paulista. Em setembro de 2020 um F-39E já havia sido entregue à FAB, preparado para executar testes e trabalho de desenvolvimento no Centro de Ensaios em Voo mantido pela Saab e pela Embraer Defesa e Segurança (EDS).

A encomenda total é de 36 caças — 8 deles do modelo F, bipostos. Essa versão de dois lugares, para ataque especializado e treinamento, está sendo projetada por engenheiros da EDS e da Saab. Será construída em Gavião Peixoto.

US$ 5,4 bilhões

O valor do contrato é estimado em cerca de US$ 5,4 bilhões ou 39,3 bilhões de coroas suecas, cobrindo apoio logístico, armas e simuladores. O acordo prevê ampla transferência de tecnologia. O último avião sairá da linha de montagem em abril de 2026. O financiamento é de 25 anos.

Segundo um oficial da Aeronáutica ligado ao programa, o Gripen deve ser o último caça adquirido de um fornecedor estrangeiro pela Força Aérea. "O próximo, com o qual vamos ter de nos preocupar lá pelo ano de 2035, será todo nacional - da concepção à produção - e o advento do Gripen será decisivo no processo", disse o oficial. Ontem, os F-39E 4101, 4102, 4103 e 4104 foram recebidos formalmente pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Jr., depois de uma apresentação técnica para militares brasileiros e suecos, que receberam duas aeronaves do mesmo tipo.

A série E é um pouco maior que a C, anterior. Tem raio de alcance de 1.500 km em missão de interceptação. Pode levar 5,7 toneladas de mísseis, foguetes e bombas. Também é dotado de recursos para reabastecimento de combustível em voo. A configuração da FAB sofreu mudanças, como incorporação de duas grandes telas digitais no painel da cabine de pilotagem e o sistema Link Br2, que fornece dados criptografados e comunicação de voz. Há mais que isso, na integração de armas. Essas informações, entretanto, são consideradas sigilosas.

O F-39E precisa de apenas 15 minutos de preparo no solo, atendido por apenas 5 técnicos, para ser rearmado e abastecido entre uma missão e outra. Além da facilidade de acesso, a equipe conta, no computador de bordo, com um programa que identifica o armamento. O custo de hora de voo é relativamente baixo, sai por US$ 4,5 mil. Comparativamente, o avançado caça F-35 Lightining, o mais avançado do arsenal dos Estados Unidos, consome US$ 35 mil a cada hora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.