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Entidade critica suspensão europeia de importação de carne por desmatamento

Vista aérea de desmatamento na Amazônia para expansão da pecuária, em Lábrea (AM) - Victor Moriyama/Amazônia em Chamas
Vista aérea de desmatamento na Amazônia para expansão da pecuária, em Lábrea (AM) Imagem: Victor Moriyama/Amazônia em Chamas

Equipe AE

São Paulo

17/12/2021 12h37Atualizada em 17/12/2021 18h46

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles, criticou em nota a suspensão da importação de carne de frigoríficos do Brasil, por suposta relação com desmatamento. Segundo ele, foi um ato precipitado e arbitrário tomado pelas empresas supermercadistas da Europa, que deveriam ouvir prioritariamente o setor produtivo e as autoridades constituídas brasileiras.

"Foi uma decisão unilateral, baseada em ilações, sem levar em conta, de fato, quem realmente atua na pecuária em áreas de desmatamento", declarou Meirelles na nota.

O anúncio da suspensão da compra de carne com origem do Brasil ou produtos de carne ligados à brasileira JBS foi feito pelo grupo holandês Ahold Delhaize (que inclui as marcas Delhaize e Albert Heijn), a também holandesa Lidi Netherlands (que pertence ao grupo alemão Lidl), a belga Carrefour Belgium (subsidiária do grupo francês do mesmo nome), a francesa Auchan e as britânicas Sainsburys e Princes Group.

Os boicotes foram anunciados após uma acusação das ONGs Repórter Brasil e Mighty Earth, de que a brasileira JBS compra reses criadas em áreas desmatadas, o que foi refutado pela empresa.

"Este tipo de denúncia deve ser devidamente investigada para saber qual a real situação. Além das empresas, existem diversas autoridades reguladoras e fiscalizadores e entidades representativas, como a Faesp, que poderiam fornecer informações mais precisas. A suspensão pura e simples não é uma boa solução para nenhuma das partes", disse Meirelles. "Mesmo porque se a denúncia não for apurada corretamente, pode parecer um protecionismo disfarçado", complementou o presidente.

Meirelles declarou, ainda, que "a Faesp, ao lado de outras entidades, vai procurar estas empresas para protestar contra o boicote e oferecemos todo o suporte para o setor da pecuária".