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Servidores federais farão assembleia conjunta para decidir sobre mobilização

A insatisfação aumentou depois que o presidente priorizou destinar R$ 1,7 bilhão para aumento salarial apenas de policiais federais - Reprodução/YouTube
A insatisfação aumentou depois que o presidente priorizou destinar R$ 1,7 bilhão para aumento salarial apenas de policiais federais Imagem: Reprodução/YouTube

Eduardo Rodrigues

Em Brasília

27/12/2021 12h12

O presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado), Rudinei Marques, informou que as diversas categorias de servidores federais farão uma assembleia conjunta na próxima quarta-feira (29), às 10h30, para decidir sobre os próximos passos da mobilização. "Essa crise veio em um momento ruim, com muitos servidores em recesso fora de Brasília. Está difícil articular e encontrar as pessoas. Mas temos uma reunião hoje com as chefias de vários órgãos para medir o grau de insatisfação", afirmou.

Várias categorias do serviço público federal, como auditores fiscais, pressionam o governo federal por reajuste salarial em 2022.

A insatisfação aumentou depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), priorizou destinar R$ 1,7 bilhão para aumento salarial apenas de policiais federais, em um aceno eleitoral no ano em que tentará a reeleição.

Os auditores da Receita Federal já adotaram a operação padrão nos aeroportos e demais alfândegas do País, como forma de pressionar o governo a regulamentar o pagamento de um "bônus de eficiência" à categoria.

Para Marques, o ideal seria que as demais categorias seguissem a Receita Federal e fizessem um movimento em bloco, para evitar uma onda de "perseguições e retaliações" por parte do governo. "Vamos construir esse entendimento nos próximos dias. Não há mesa de negociação instalada, ainda vamos ter que trabalhar para abrir esse canal de comunicação com o governo. Em governos anteriores apresentávamos demandas e recebíamos sim ou não. Agora nem isso", completa.

Na última sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro defendeu a concessão de reajuste a servidores públicos federais no próximo ano e afirmou que o teto de gastos públicos é "mortal", um problema para o governo. Ele comentou sobre o bônus de eficiência dos auditores e reconheceu as dificuldades orçamentárias. "A gente não quer furar teto, fazer nenhuma estripulia, mas não custava nada atendê-los", afirmou o presidente, que citou um impacto de aproximadamente R$ 200 milhões com o bônus aos auditores. "Ninguém pode prometer nada se não está no Orçamento. Realmente, o servidor está com dificuldade."