Ipea: 20,4 milhões poderiam fazer trabalho remoto, ou 24,1% dos ocupados
O Brasil tem cerca de 20,4 milhões de trabalhadores em ocupações que poderiam ser realizadas de forma remota, calculou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em estudo divulgado hoje. Essa fatia equivale a 24,1% do total de ocupados no mercado de trabalho brasileiro, embora concentre em torno de 40% da massa de renda salarial.
Ou seja, os demais 75,9% dos trabalhadores restantes, 64,449 milhões de pessoas, geravam 60% da massa salarial do País, porém sem chances de trabalho remoto.
O levantamento se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) referentes ao primeiro trimestre de 2021 e do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, das Contas Nacionais, ambos apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Ipea, as ocupações com potencial para o trabalho remoto mostraram predomínio de mulheres (58,3%), pessoas brancas (60%), com nível superior completo (62,6%) e na faixa etária entre 20 e 49 anos (71,8%).
A maioria dos trabalhadores em teletrabalho potencial encontra-se na região Sudeste, 10,465 milhões das vagas mapeadas, o equivalente a 27,7% dos ocupados na região. O Sul tinha 3,566 milhões de trabalhadores com potencial para trabalhar remotamente, 25,7% dos ocupados no mercado de trabalho local, e o Centro-Oeste detinha outras 1,705 milhão de vagas com potencial para o trabalho remoto, 23,5% dos ocupados na região.
A região Norte concentrava apenas 1,208 milhão de vagas com potencial para atuação remota (17,4% de todas as ocupações existentes na região), enquanto o Nordeste detinha 3,519 milhões de ocupados com potencial de teletrabalho, uma fatia de 18,5% dos ocupados no local.
"As estimativas indicaram o predomínio, como esperado, do teletrabalho na zona urbana. Não obstante, a área rural conta com mais de 650 mil pessoas em teletrabalho potencial, o que corresponde a 6,4% do total de ocupados (na zona rural)", apontou a Carta de Conjuntura divulgada pelo Ipea.
O Sudeste concentrava a maior massa de renda efetiva de pessoas em teletrabalho potencial, com R$ 50,4 bilhões, seguido pelas regiões Sul (R$ 14,7 bilhões) e Nordeste (R$ 11 bilhões).
O estado de São Paulo tinha 47,6% do total de rendimentos efetivos gerados por pessoas em teletrabalho potencial.
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