Caixa anuncia reajuste de 0,5 ponto percentual no juro do crédito imobiliário
A Caixa Econômica Federal confirmou, em nota, que aumentou a taxa de juros da sua linha crédito imobiliário com recursos originados na caderneta de poupança.
A elevação foi de 0,5 ponto porcentual e está valendo para os novos contratos desde 3 de abril. Com isso, o banco estatal está oferecendo taxas que partem de 8,99% ao ano, mais Taxa Referencial (TR), e vão até 9,99%, mais TR.
"Com relação ao crédito imobiliário, a Caixa informa que as taxas de juros são definidas em função de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais do banco", descreveu, em nota.
Mais cedo nesta terça-feira, 11, a vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, havia confirmado à reportagem a alteração nas taxas, mas sem detalhar os porcentuais. "Fizemos um ajuste. Ainda é a menor taxa do mercado, ainda temos uma taxa de um dígito só", disse Magalhães após participar de evento com empresários do setor da construção em São Paulo.
A Caixa foi o último dos grandes bancos a elevar taxas no financiamento imobiliário, mas já havia sinalizado que enveredaria por este caminho para continuar financiando o setor.
A poupança tem tido saques recordes, e as instituições se viram obrigadas a recorrer a outras fontes de financiamento mais caras, como as letras de crédito imobiliário (LCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (Cris), atreladas ao CDI. Nos bancos privados, as taxas chegaram a dois dígitos porcentuais no início deste ano.
Para este ano, a Caixa estima conceder cerca de R$ 70 bilhões de crédito imobiliário em linhas com recursos da poupança. Se confirmado, isso representará queda de 24% na comparação com o ano passado, quando chegou ao recorde de R$ 92 bilhões.
A Caixa também informou em nota que as taxas para as linhas de habitação popular (dentro do Minha Casa Minha Vida) e a linha Pró-Cotista, que contam com recursos do FGTS, permanecem inalteradas desde outubro de 2021.
Os financiamentos com recursos oriundos do FGTS devem ficar perto de R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões em 2023. Com isso, o banco estatal deve totalizar aproximadamente R$ 160 bilhões a R$ 170 bilhões em empréstimos para a compra e a construção de moradias, montante em linha com o de 2022, quando desembolsou R$ 162 bilhões.
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