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Campos Neto: Se não fosse a maior alta de juros em ano eleitoral, inflação estaria em 12% a 13%

15.fev.2023 - Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, durante sessão no Senado Federal - 15.fev.2023 - Adriano Machado/Reuters
15.fev.2023 - Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, durante sessão no Senado Federal Imagem: 15.fev.2023 - Adriano Machado/Reuters

Thaís Barcellos e Célia Froufe

Em Brasília

05/06/2023 17h19Atualizada em 05/06/2023 17h30

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, calculou que, se a autoridade monetária não tivesse elevado a Selic de forma robusta, mesmo sendo um ano eleitoral, a inflação brasileira estaria na casa de 12% ou 13%.

Em palestra hoje durante evento da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), ele voltou a enfatizar que esta é a primeira vez na história que o Brasil tem uma inflação, na média, "muito menor" a dos países desenvolvidos.

O cenário mais positivo para os preços no País, de acordo com Campos Neto, se deve, entre outros pontos, à autonomia do BC, que, segundo ele, se mostrou eficiente.

O presidente da instituição ressaltou que o principal objetivo do BC é o de levar a inflação para a meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Este mês, o CMN deve se reunir para debater o tema mais uma vez.

Apesar de comentar que a Selic está alta no País (a taxa está em 13,75% ao ano), Campos Neto destacou os impactos gerados pela manutenção do juro nesse patamar nos últimos meses.

"Os juros estão altos no Brasil, mas a desaceleração do mercado de crédito está moderada em relação a outros países", comparou.

Ele também disse que a desaceleração de crédito no Brasil é menor do que a dos Estados Unidos, Europa e até de outros países emergentes. Campos Neto também comentou que as pessoas começaram a entender agora que o crescimento da China não vai ser tão grande como o esperado inicialmente.