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Petrobras bate mínima desde 2008; o que acontece com a empresa?

29/01/2014 17h21

SÃO PAULO - As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) não estão vivendo um bom momento, com queda superior a 10% no primeiro mês de 2014.

Isso levou as ações ordinárias para os R$ 13,75 --com queda de 1,93% nesta quarta-feira (29)--, mínima desde 8 de julho de 2013. Já as preferenciais bateram os R$ 14,80 após a queda de 1,66%, o suficiente para levar esse ativo para a mínima desde 5 de dezembro de 2008. 

Há uma visão generalizada de que a empresa está em apuros financeiros, o que já lhe obrigou a iniciar um programa de demissão voluntária e leiloar sondas antigas para levantar dinheiro e conseguir cumprir as suas metas de produção.

Recentemente, a Halliburton, uma das maiores fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo e gás, criticou a empresa, trazendo perspectivas negativas.

"Os níveis de atividade de perfuração em águas profundas do Brasil estão abaixo das expectativas e se espera que sejam ainda piores durante 2014. Todo o setor de serviços no Brasil está esperando um alívio", disse o CEO da empresa, David Lesar, em uma teleconferência. Lesar estava mencionando a desaceleração nos investimentos da estatal, principal fonte de entrada de dinheiro no setor.

No exterior, a credibilidade da Petrobras se deteriora com a percepção de que ela vai, eventualmente, ver sua produção diminuir pela falta de perfurações, para compensar as perdas causadas pelos subsídios ao combustível no Brasil.

Com isso, a diferença entre os preços dos ativos da Petrobras e de suas rivais, EcoPetrol e Pemex, só se eleva, conforme investidores estrangeiros vendem as ações em um sell-off que levou a Bolsa para patamares mínimos de um ano. 

O centro disso tudo é a política de preços da empresa, criticadíssima pelo mercado. Visando segurar a inflação, o governo vem mantendo artificialmente o preço da gasolina e diesel baixo --e, já que precisa de importar derivados para cumprir a demanda, vem amargando perdas que já somaram R$ 35 bilhões.

Maria das Graças Foster, presidente da estatal, tentou criar um mecanismo de reajuste automático, mas este foi "aprovado com alterações" em um dos momentos mais obscuros da história da estatal. 

Para concluir o inferno astral, a empresa registrou um vazamento de petróleo, gás natural e de sulfeto de hidrogênio em uma das suas plataformas no dia 21 de janeiro, disse o sindicato dos petroleiros.

O vazamento na plataforma P-7, no campo Bicudo, na bacia de Campos, a nordeste do Rio de Janeiro, aconteceu quando os trabalhadores estavam testando um poço ligado à plataforma. Com a pressão, seis parafusos de um medidor de calibração foram arremessados, afirmou o sindicato. Os trabalhadores levaram 30 minutos para controlar o vazamento, de acordo com o Sindipetro Norte-Fluminense.