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Lucro líquido da Vale despenca 84% no 2º trimestre, para R$ 832 milhões

Do UOL, em São Paulo

07/08/2013 18h43Atualizada em 08/08/2013 10h57

A Vale (VALE3VALE5) registrou lucro líquido de R$ 832 milhões no segundo trimestre, uma queda de 84,36% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 5,321 bilhões), em meio a perdas contábeis bilionárias, num momento de valorização do dólar frente ao real.

A companhia --terceira maior mineradora do mundo, atrás de BHP Billiton e Rio Tinto-- divulgou seus resultados nesta quarta-feira (7).

Sem o efeito da variação cambial e retirando também impactos não recorrentes --como venda de ativos e reversão de imposto de renda--, os ganhos da mineradora teriam ficado em R$ 5,18 bilhões no período, com recuo bem mais moderado em relação a um ano antes, de apenas 28%.

"Com a inclusão das mudanças contábeis, que não afetam nosso resultado financeiro real, mas devem ser aplicadas de acordo com regras gerais de contabilidade do IFRS, nosso lucro líquido foi de 832 milhões de reais no segundo trimestre", disse a Vale.

As receitas da mineradora recuaram 6,8% no período, para R$ 23,37 bilhões, influenciadas principalmente pelo declínio do preço do minério na comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 9,84 bilhões entre abril e junho, com declínio de 3,3% sobre o mesmo intervalo do ano passado.

Minério de ferro

A maior produtora de minério de ferro do mundo vendeu um menor volume do seu principal produto e a um preço médio menor que o registrado no mesmo período de 2012.

As vendas de minério de ferro somaram 61,921 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre do ano, a um preço médio de US$ 99,21 por tonelada, contra vendas de 62,978 milhões de toneladas, a US$ 112,44 por tonelada no mesmo trimestre de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira.

A produção de minério de ferro da Vale alcançou 73,22 milhões de toneladas no segundo trimestre deste ano, uma queda de 9,1% em relação ao volume produzido no mesmo período do ano passado, informou a mineradora nesta quarta-feira.

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Impacto do câmbio

A variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira tirou R$ 4,1 bilhões do balanço da Vale no segundo trimestre e foi a principal responsável pelo tombo de 84% no lucro da mineradora no período em relação a um ano antes.

Além disso, a empresa informou que teve uma perda financeira de mais R$ 1,7 bilhão por conta da marcação a mercado de swaps cambiais utilizados para minimizar a volatilidade do câmbio sobre o fluxo de caixa.

Esses instrumentos são utilizados como proteção contra uma eventual queda do dólar sobre as receitas de exportação e as perdas - que não implicam desembolso imediato - refletem a avaliação dos derivativos no cenário contrário: o dólar avançou cerca de 10% em relação ao real entre o fim de março e o fim de junho.

Nesse cenário, a companhia afirmou que avalia adotar a contabilidade de hedge nos mesmos moldes anunciados pela Petrobras, utilizando a dívida em moeda estrangeira para proteger as receitas de exportação em dólar.

Com esse mecanismo contábil, cuja adoção é opcional, parte da variação cambial sobre a dívida é diferida no patrimônio líquido e só passa a influenciar o resultado quando a receita que serve como contrapartida é faturada.

De acordo com a Vale, se esse mecanismo tivesse sido adotado no segundo trimestre, R$ 4,36 bilhões em perdas com a dívida e com os swaps ficariam de fora das demonstrações financeiras. Com isso, o lucro passaria de R$ 832 milhões para R$ 6,90 bilhões.

(Com Reuters e Valor)