Eike passa comando da OGX a credores, e pode sair da 'concordata' em março
A petroleira de Eike Batista conseguiu chegar a um acordo com seus credores para converter dívida em ações e, ainda, garantir uma injeção de até US$ 215 milhões para manter a empresa em operação.
O acordo entre a Óleo e Gás Participações, antes chamada de OGX, e os detentores de bônus de US$ 3,8 bilhões foi divulgado ao mercado na noite de terça-feira (24).
Como consequência, o controle da OGX trocará de mãos. Eike ficará só com 9,4% do negócio, direta e indiretamente.
Os credores também concordaram, em princípio, em liberar Eike de seu compromisso de injetar até US$ 1 bilhão em novos investimentos na empresa.
Petroleira pode sair da 'concordata' até março
Com esse acordo fechado ainda em 2013, a OGX poderá apresentar seu plano de recuperação judicial em janeiro, com objetivo de aprová-lo em fevereiro, para buscar a homologação de todo o processo até o fim de março, segundo o jornal "Valor Econômico".
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial (antiga concordata) em 30 de outubro, com dívidas de R$ 11,2 bilhões.
Segundo a petroleira, a proposta final para o plano de recuperação judicial deverá ser aprovado por todas as partes até 24 de janeiro.
Empréstimos serão feitos em duas etapas
Com um aporte entre US$ 200 milhões e US$ 215 milhões na OGX, os credores terão direito a ficar com 65% da companhia.
A operação será dividida em duas etapas. Inicialmente, serão desembolsados entre US$ 110 milhões e US$ 125 milhões, que serão aportados na empresa na data de arquivamento do plano de reestruturação ou no dia 31 de janeiro de 2014, o que vier primeiro.
A segunda parcela, de US$ 90 milhões, será desembolsada depois da confirmação do plano, e está sujeita a determinadas condições. Os credores que não são detentores de títulos poderão participar da segunda parcela do empréstimo em uma base "pro rata", disse a empresa.
Aqueles que participarem da primeira parte do empréstimo serão obrigados a participar da segunda.
Ao final do processo, os credores que contribuírem com os US$ 200 milhões a US$ 215 milhões em dinheiro novo terão 65% da companhia, enquanto os demais credores ficarão com 25% e os atuais acionistas com 10%.
Os atuais acionistas terão o direito de comprar até 1,5 bilhão em novas ações na empresa reestruturada por cinco anos, mas esses direitos não devem exceder 15% da empresa reestruturada.
(Com Reuters e Valor)
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