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Produção industrial tem 3ª queda seguida e acumula baixa de 1,6% no ano

Do UOL, em São Paulo

02/07/2014 09h01Atualizada em 02/07/2014 11h14

A produção industrial brasileira recuou 0,6% em maio na comparação com abril e 3,2% em relação a maio do ano passado. É a terceira queda seguida tanto em relação ao mês anterior quanto na comparação anual. É também a maior baixa do ano.

Os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) foram divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A produção industrial já tinha recuado 0,3% em abril e 0,5% em março. A última vez em que a indústria encolheu por três meses seguidos tinha sido no segundo semestre de 2011.

Nesses três meses de recuou, a queda acumulada foi de 1,6%, segundo o IBGE. De janeiro até maio deste ano, o índice acumula queda de 1,6%. 

Em 12 meses, o resultado acumulado é positivo em 0,2%, menor do que os dos meses anteriores (0,7% em abril e 2% em março).

A principal influência negativa foi da categoria de veículos automotores, reboques e carrocerias, que acumulam baixa de 12,5% na produção. Quase 86% dos produtos automobilísticos investigados pelo IBGE caíram no período.

Baixa produção afeta empregos e PIB

A queda da produção nos últimos meses já custou quase 30 mil empregos no setor somente em maio, de acordo com dados recentes do Ministério do Trabalho. 

Para tentar evitar mais demissões, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prolongou até o final do ano o desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre as vendas de veículos e móveis.

A indústria tem sido um dos pontos fracos da economia brasileira neste ano, afetando o resultado fraco do PIB no primeiro trimestre.

Situação não deve melhorar em junho

De acordo com pesquisas de outros institutos, a produção industrial não deve apresentar melhora em junho. Na terça-feira foi divulgado o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês), que caiu para 48,7 pontos, em comparação com 48,8 pontos em maio.

Foi o terceiro mês seguido em que o indicador fica abaixo dos 50 pontos, nível que separa a indicação de crescimento (acima de 50) e contração (abaixo de 50). Também foi o pior resultado desde julho do ano passado.

15 em 24 setores caíram entre abril e maio, aponta IBGE

A queda da produção em maio atingiu a maioria dos setores pesquisados pelo IBGE, afetando três das quatro categorias amplas de estudo.

Os bens de consumo duráveis tiveram a maior queda, de 3,6%; os bens de capital caíram 2,6%; e os bens intermediários recuaram 0,9%. Só a categoria de bens semi e não-duráveis apresentou alta, subindo 1%.

Na divisão por setores, 15 entre os 24 pesquisados tiveram queda entre abril e maio. As principais influências negativas, medidas pela sua importância na composição geral do índice, foram os produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, que recuaram 3,8%, seguidos pelo setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, com queda de 3,9%.

Outras contribuições negativas importantes, segundo o IBGE, foram do setor de metalurgia (queda de 4%); equipamentos de informática, eletrônicos e óticos (baixa de 5%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (recuo de 2,1%); móveis (-4,4%); e produtos de borracha e plástico (queda de 1,4%).

(Com Reuters)