Com recuo da indústria, crescimento do PIB desacelera para 0,2% no 1º tri
A economia brasileira, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto), registrou alta de 0,2% no 1º trimestre deste ano, uma desaceleração em relação ao último trimestre de 2013, quando o PIB tinha avançado 0,4%. Em relação ao 1º trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,9%.
Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,204 trilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esta é a primeira divulgação em que o PIB incorpora a nova metodologia da pesquisa de produção industrial do IBGE, com critérios mais abrangentes. Segundo o órgão, a indústria registrou recuo de 0,8% no trimestre.
O contraponto positivo veio do setor de serviços, que tem o maior peso no PIB e cresceu 0,4%. O setor agropecuário, com menor peso, teve avanço expressivo de 3,6% neste primeiro trimestre.
A taxa de investimento foi de 17,7% do PIB, abaixo da observada no 1º trimestre do ano anterior, que tinha sido de 18,2%. A taxa de poupança foi de 12,7%, menor que os 13,7% no mesmo período de 2013.
IBGE revisa PIB de 2013 para 2,5%
O IBGE revisou os dados divulgados anteriormente sobre o PIB. A economia brasileira cresceu 2,5% em 2013, acima dos 2,3% divulgados inicialmente, segundo os dados revisados.
O órgão alterou a metodologia para realização de sua pesquisa de produção industrial e, a partir da divulgação do PIB deste primeiro trimestre, está incorporando a nova pesquisa. Os resultados trimestrais também mudaram.
A variação do último trimestre do ano passado, na comparação com o terceiro trimestre, passou de 0,7% para 0,4%.
O dado do terceiro trimestre na comparação com o segundo também foi revisado, de um recuo de 0,5% para queda de 0,3%.
O PIB do segundo trimestre de 2013 em relação ao primeiro foi revisado para 1,6%, sobre divulgação anterior de 1,8%.
Resultado preocupa economistas
Economistas consultados pela agência de notícias Reuters se mostraram preocupados com o crescimento de 0,2% do PIB brasileiro no trimestre.
Flávio Serrano, economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, por exemplo, afirmou que as limitações do lado da oferta eram esperadas, mas a preocupação agora é com a desaceleração da demanda.
"A economia vai precisar reagir com muita rapidez nos próximos trimestres para alcançar crescimento de mais de 2%, o que não achamos que vai acontecer. Deve ficar mais perto de 1,5%", afirmou.
Já Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, não vê com bons olhos os setores que puxaram o resultado positivo do PIB, e vai reduzir suas estimativas para o crescimento anual.
"A dinâmica é preocupante pelo fato de o consumo do governo ter segurado o crescimento. Certamente vou revisar para baixo meu número de 1,9% para o ano, e existe o risco de ser 1,5% ou menos", disse.
Dado do BC apontou alta de 0,3% no acumulado do trimestre
A estimativa do Banco Central, mostrada por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de alta de 0,3% em relação ao quarto trimestre do ano passado.
O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado pelo mercado uma prévia do PIB, embora o Banco Central oficialmente não reconheça que seja uma previsão do PIB.
Mesmo assim, o indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
Em entrevista, um diretor do BC justificou a diferença, dizendo que o IBC-Br não tem a pretensão de medir o PIB, apesar de o mercado o usar como um balizamento.
(Com Reuters)
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