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Brics se reúnem no Brasil nesta semana e devem lançar banco de fomento

Do UOL, em São Paulo

14/07/2014 06h00

Representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reúnem nesta semana para a sexta cúpula do Brics. O evento ocorre nesta segunda (14) e terça-feira (15) em Fortaleza, e na quarta-feira (16) em Brasília. 

A decisão mais esperada é a criação de um banco próprio para financiar projetos de infraestrutura. O novo banco, com orçamento de US$ 100 bilhões, deve simbolizar o crescimento da influência do Brics no cenário financeiro global, e em meio à falta de reformas em órgãos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os países também devem debater a criação de um fundo com US$ 100 bilhões, uma espécie de "poupança" que deverá ser usada para manter a estabilidade em momentos de crise mundial ou de ataque especulativo.

Na quarta-feira, em Brasília, o encontro incluirá, ainda, presidentes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), em um passo decisivo para aproximação do Brics com a América Latina.

Programação inclui encontro com líderes sul-americanos

Na tarde desta segunda (14), em Fortaleza, reúnem-se ministros das Finanças, presidentes de Bancos Centrais, ministros do Comércio Exterior e presidentes de bancos de desenvolvimento nacional.

Na terça (15), é a vez dos presidentes e chefes de Estado reunirem-se pela manhã, a portas fechadas, ainda em Fortaleza. À tarde, ocorre a cerimônia de assinatura de atos --quando deve ser anunciada a criação do banco de fomento-- e pronunciamentos dos líderes.

Na quarta (16), os chefes de Estado do Brics reúnem-se em Brasília, com a presença também de líderes da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). A cúpula está prevista para se encerrar após o almoço.

Banco de desenvolvimento ficará aberto a outros países 

As negociações para criar um banco de fomento têm se arrastado por dois anos, com alguns membros temerosos do desejo da China de ter uma participação maior no banco, injetando mais capital. Mas esse obstáculo está sendo superado, segundo o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov.

O banco terá de ser ratificado pelos parlamentos dos países e poderá começar a realizar os empréstimos em 2016.

Do capital inicial do banco (US$ 50 bilhões), os países vão injetar US$ 10 bilhões em dinheiro e US$ 40 bilhões em garantias, que serão utilizados para levantar capital nos mercados internacionais.

Em cinco anos, o capital do banco deve dobrar para US$ 100 bilhões por meio de capitalização dos países, de emissões de dívida ou contribuições de novos membros.

O banco ficará aberto a outros países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), mas os Brics vão manter um mínimo de 55% das ações do banco.

A presidência do conselho do banco, com um mandato de cinco anos, vai ter um rodízio entre os países-membros, mas a primeira ainda será decidida. 

(Com agências de notícias)