Joaquim Levy toma posse como ministro da Fazenda sem a presença de Mantega
O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tomou posse oficialmente na tarde desta segunda-feira (5) em cerimônia na sede do Banco Central, em Brasília. Seu antecessor, Guido Mantega, não participou do evento e foi representado pelo secretário-executivo e ministro interino, Paulo Rogério Caffarelli.
Segundo informações da "Folha", Mantega tinha combinado com a presidente Dilma Rousseff que não participaria da cerimônia de posse nem entregaria o cargo a Levy, e que estaria em viagem com a família. Ele assumiu a pasta em março de 2006 e permaneceu à frente do ministério por quase nove anos.
Caffarelli discursou primeiro. Ele disse que a economia entra em um novo ciclo, em que reformas são "absolutamente necessárias", e disse ter "certeza" de que o novo ministro fará os ajustes necessários. "Grandes batalhas são dadas a grandes guerreiros", afirmou.
Na sequência, em seu discurso, Levy disse que o ajuste fiscal na economia brasileira já começou. Ele afirmou que vai apostar no diálogo com os agentes econômicos e que seu trabalho será feito em conjunto com outros ministérios, como Planejamento e Agricultura, e, especialmente, com o Congresso Nacional.
Os principais desafios do novo ministro, segundo economistas, são: economia parada, inflação em alta, gastos elevados, risco de desemprego e desconfiança dos empresários.
Pacotes econômicos?
Ao ser perguntado, na sexta-feira (2), se anunciaria pacotes econômicos, Levy disse que não trabalha com "surpresas".
Ele disse que aguardaria a transmissão de seu cargo para tomar qualquer iniciativa, mas que não tinha a intenção de anunciar medidas econômicas durante a solenidade oficial de sua posse.
Indicado em novembro para assumir o comando da política econômica do segundo mandato de Dilma, Levy já anunciou que o governo fará um forte ajuste das contas públicas neste ano, para conseguir poupar o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ministro desautorizado por Dilma
Para promover um ajuste fiscal e a melhoria das contas públicas, o novo ministro da Fazenda terá que enfrentar temas espinhosos e caros à população e ao estilo de governar da própria presidente Dilma Rousseff.
Uma prévia do que pode vir a acontecer foi dada no último final de semana, após Dilma se irritar com a fala do novo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre mudanças no cálculo do salário mínimo para 2016, fazendo com que ele voltasse atrás.
(Com agências)
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