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BC repete decisão e mantém juros em 14,25%; inflação e recessão preocupam

Do UOL, em São Paulo

21/10/2015 20h27Atualizada em 25/11/2015 13h32

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), manteve a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano pela segunda vez seguida. A decisão foi unâninme. A manutenção era esperada por especialistas.

Na última reunião, em setembro, o órgão também havia feito isso, interrompendo uma sequência de sete altas consecutivas.

Apesar da decisão agora, os juros ainda estão altos. Continuam no mesmo nível de agosto de 2006, quando a taxa também estava em 14,25%.

Economistas recomendam investir em renda fixa num cenário como esse.

Juros altos são usados para controlar a inflação, mas dificultam o crescimento, principalmente num momento de crise e desemprego, como o que o Brasil enfrenta.

A Selic influencia todos os juros do país, mas é só uma referência: as taxas cobradas dos consumidores são muito mais altas.

Esta foi a penúltima reunião do BC no ano para decidir sobre juros. A última será em 24 e 25 de novembro. 

Veja as taxas de juros mais recentes:

  • out/2014: 11,25%
  • dez/2014: 11,75%
  • jan/2015: 12,25%
  • mar/2015: 12,75%
  • abr/2015: 13,25%
  • jun/2015: 13,75%
  • jul/2015: 14,25%
  • set/2015: 14,25%
  • out/2015: 14,25%

Nota do Copom

O Copom retirou de seu comunicado a referência sobre atingir a meta da inflação no final do próximo ano, usando a expressão uma expressão vaga: a meta seria atingida no"horizonte relevante da política monetária".

"O comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária", diz a nota.

Economia em situação difícil

A economia brasileira está em uma situação difícil. De um lado, o país entrou em recessão, que deve se estender até o próximo ano, segundo expectativas do mercado. De outro, a inflação em 12 meses se aproxima de 10%, e o dólar, que encarece os produtos importados, tem atingido valores altos. 

Além disso, com dificuldades de aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso, o governo praticamente desistiu de equilibrar as contas públicas no próximo ano.

Pesquisa semanal feita pelo BC com economistas mostra que o mercado estimam que a Selic termine o ano nos mesmos 14,25%, e caia para 12,75% até o final de 2016.

Como o seu bolso é afetado?

  • Como os juros continuam altos, ainda está caro pegar empréstimo ou financiamento (prestação de uma geladeira ou um carro)
  • Pode ficar difícil conseguir emprego porque as empresas investem menos
  • A poupança rende com seu potencial máximo. Quando a Selic está igual ou inferior a 8,5% ao ano, rende menos. Como está acima, vai dar 6,17% ao ano mais a TR
  • Os juros altos aumentam o rendimento com investimentos em certos títulos públicos, por exemplo o Tesouro Selic

O que é a taxa Selic?

  • É a taxa básica da economia, serve de referência para juros e para remunerar investimentos corrigidos por ela
  • Não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos
  • Por exemplo, segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cartão de crédito em agosto chegou a 403,5% ao ano

Por que os juros estão altos?

  • Para tentar diminuir a inflação. As pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, em tese

Quais as vantagens dos juros altos?

  • Tendem a reduzir a inflação
  • Investimentos baseados em juros rendem mais para o aplicador

Quais as desvantagens?

  • As empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção
  • Isso aumenta o desemprego
  • As pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais caro
  • Essa situação deixa a economia com menos força, o que afeta o PIB (Produto Interno Bruto)

O que é o Copom?

  • O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer a política monetária e definir a taxa de juros
  • Antes do Copom, a Selic já era usada como indicador desde 1986
  • As reuniões ocorrem a cada 45 dias em Brasília
  • O comitê é integrado pelo presidente e por diretores do Banco Central

(Com Reuters)

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