China cresce 6,9% em 2015, dentro do previsto, mas no pior ritmo em 25 anos
A economia da China cresceu 6,9% em 2015, dentro do esperado, mas no menor nível desde 1990, quando avançou 3,8%. O número mostra desaceleração em relação a 2014, quando o crescimento tinha sido de 7,3%.
No quarto trimestre, o crescimento foi de 1,6% na comparação com o terceiro trimestre, e de 6,8% em relação ao mesmo período de 2014.
Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) foram divulgados na madrugada desta terça-feira (19), pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país. A China divulga os números anuais do PIB em três etapas: um cálculo preliminar, uma segunda revisão e uma versão final.
O setor de serviços foi responsável por 50,5% do PIB chinês no ano passado (alta em relação a 48,1% em 2014), segundo os dados oficiais. Essa participação tem crescido ao longo dos últimos 20 anos e passou de 50% pela primeira vez.
O resultado vem ao encontro da mudança proposta pela China. Segunda maior economia do mundo, a China passa por um ambicioso processo de transição: quer depender menos das exportações e da indústria, e mais dos serviços e do consumo interno.
Resultado dentro do esperado
O crescimento ficou próximo da meta de 7% estabelecida pelo governo chinês. Para os próximos cinco anos, o governo chinês estabeleceu como meta um crescimento mínimo anual de 6,5%.
A previsão do FMI (Fundo Monetário Internacional) era de PIB de 6,8% no ano passado e de 6,3% neste ano.
Analistas consultados pela agência de notícias Reuters previam exatamente um crescimento de 6,9% em 2015 e falam em 6,5% em 2016.
Preocupação no mundo
O crescimento chinês tem preocupado investidores e causado instabilidade em mercados ao redor do mundo. Além do PIB menor, as quedas nas Bolsas de Valores do país e a desvalorização da moeda local, o yuan, alimentam as especulações de que a China estaria em crise.
Alguns observadores acreditam que os níveis reais de crescimento já são muito mais fracos do que os dados oficiais sugerem. Há dúvidas, ainda, em relação à capacidade do Partido Comunista de estimular a economia e suspeitas de falta de transparência nas decisões tomadas.
A desaceleração preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta. Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.
A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento também nesse indicador.
Com isso, aumenta a pressão para que as autoridades chinesas adotem medidas para impulsionar a atividade. Por exemplo, reduzir os juros, investir em infraestrutura e relaxar o limite de dinheiro que os bancos têm que deter como reservas.
Segunda-feira Negra
Em agosto do ano passado, a China protagonizou um dia que foi apelidado de "Segunda-feira Negra".
Após sucessivas quedas, a Bolsa chinesa despencou 8,46% no dia 24 de agosto de 2015, na maior queda percentual diária desde 2007.
Isso puxou a desvalorização das Bolsas da Ásia e do Pacífico, das Bolsas da Europa e dos Estados Unidos, e também da Bolsa brasileira, que chegou a cair 6,5%.
Em resposta, a China instituiu um mecanismo de "circuit breaker", que previa que os papéis deixassem de ser negociados se o principal índice de ações do país caísse ou subisse mais de 7%. O tiro saiu pela culatra.
Em sua primeira semana em ação, no começo deste ano, o pregão foi suspenso duas vezes na mesma semana. Saiu de cena, então.
(Com agências de notícias)
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