Bolsa da China cai 7%, é suspensa pela 2ª vez e arrasta Bolsas da Ásia
As Bolsas da China caíram mais de 7% nesta quinta-feira (7), foram suspensas pela segunda vez na semana e arrastaram para baixo as demais Bolsas da Ásia.
Desta vez, o mercado foi afetado pela decisão do governo chinês de desvalorizar ainda mais a moeda local, o yuan, ao menor nível desde março de 2011. A moeda ficou 0,5% mais fraca do que no dia anterior e teve a maior queda diária desde agosto do ano passado.
A desvalorização aumentou as preocupações de que a China possa estar intervindo no mercado de câmbio para ajudar seus exportadores em dificuldade, fazendo com que os produtos exportados fiquem mais baratos no exterior.
Desaceleração da economia
O mercado tem reagido com preocupação aos sinais de que a economia chinesa está desacelerando. Na segunda, uma pesquisa mostrou que a indústria do país encolheu em dezembro, pelo 10º mês seguido.
A desaceleração preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta. Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.
A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento também nesse indicador.
Tombo puxa Bolsas da Ásia
Com a interrupção das negociações nesta quinta, a Bolsa de Xangai fechou em queda de 7,32%. O índice CSI300, que reúne as principais ações das Bolsas de Xangai e Shenzhen, recuou 6,93%.
O mercado de ações perdeu 3,09% em Hong Kong, 2,65% em Cingapura, e 2,33% no Japão. A Bolsa da Austrália caiu 2,2%, a de Taiwan, 1,73%, e a da Coreia do Sul, 1,1%.
'Circuit breaker'
A sessão desta quinta foi suspensa apenas 13 minutos depois da abertura, por 15 minutos. Quando as negociações voltaram, as Bolsas continuaram caindo e foram suspensas definitivamente no dia, seguindo a nova regra de "circuit breaker", um mecanismo de suspensão da Bolsa para limitar as perdas ou os ganhos do mercado de ações.
As Bolsas já haviam sido suspensas na segunda-feira, quando a regra foi posta em prática pela primeira vez desde a sua criação, no ano passado.
O "circuit breaker" prevê que os papéis deixem de ser negociados se o principal índice de ações do país cair ou subir mais de 7%.
Ele foi criada após a Bolsa da China despencar 8,5% em agosto do ano passado e arrastar para baixo Bolsas do mundo inteiro. Na época, o tombo chinês recebeu o apelido de "Segunda-feira Negra".
Outras Bolsas já adotam a regra do "circuit breaker". No Brasil, a Bovespa pode ser suspensa se o Ibovespa, o índice principal, chegar a cair 10%.
Novas restrições
Também afetou a Bolsa a decisão do órgão regulador do mercado de capitais da China de restringir as vendas de ações pelos principais acionistas de empresas.
As novas regras, que entram em vigor no sábado, limitam a capacidade de venda de títulos dos grandes acionistas chineses.
Com isso, esses grandes acionistas, que detêm 5% ou mais dos títulos de uma empresa, não poderão negociar mais de um 1% do total em um prazo de três meses. Além disso, deverão anunciar ao mercado seus planos de fazê-lo com pelo menos 15 dias de antecipação.
A medida é para tentar conter a queda do mercado, segundo o órgão regulador. Mas pode enfraquecer mais a confiança do investidor.
(Com agências)
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