BC deixa juros em 14,25% pela quarta vez seguida, em decisão dividida
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Foi a primeira reunião do ano, e a quarta seguida em que a taxa foi mantida no mesmo nível.
O BC estava em um dilema entre subir os juros para tentar segurar a inflação ou mantê-los, para não atrapalhar ainda mais a recuperação da economia brasileira.
A decisão desta quarta-feira (20) não foi unânime: quatro integrantes do grupo (incluindo o presidente do banco, Alexandre Tombini) votaram pela manutenção; dois sugeriram subir 0,5 ponto.
A Selic influencia todos os juros do país, mas é só uma referência: as taxas cobradas dos consumidores são muito mais altas. Economistas dizem que poupança está ruim como investimento, e o melhor é a renda fixa.
- jan/16: 14,25%
- nov/15: 14,25%
- out/15: 14,25%
- set/15: 14,25%
- jul/15: 14,25%
- jun/15: 13,75%
- abr/15: 13,25%
- mar/15: 12,75%
- jan/15: 12,25%
Polêmica e reviravolta
Em nota divulgada após a reunião, o BC disse que levou em conta "o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos", além da "elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas".
A decisão de hoje contraria sinais dados pelo próprio banco nos últimos meses de que aumentaria a Selic em 0,5% para tentar controlar a inflação. Ontem, porém, houve uma reviravolta nas expectativas, após Tombini ter divulgado um comunicado.
Na nota, Tombini disse que "todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas". O texto foi publicado pouco depois de o FMI (Fundo Monetário Internacional) ter piorado as projeções para a economia brasileira.
Para parte dos analistas, foi um sinal de que a alta dos juros seria adiada. Para alguns, desconfiados da autonomia do BC, o órgão poderia usar o relatório do FMI como "desculpa" para manter os juros, sob pressão do governo.
"A credibilidade do BC fica arranhada porque o mercado acredita que há interferência política", diz Francisco Prisco, vice-presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo).
Como sua vida é afetada?
- Empréstimos e financiamentos ficam caros (prestação de uma geladeira ou um carro)
- Sobe o desemprego porque as empresas investem menos
- As pessoas cortam gastos. Isso ajudaria a reduzir a inflação
- A economia enfraquece (o PIB, Produto Interno Bruto, cai)
- A poupança rende com seu potencial máximo. Quando a Selic está igual ou inferior a 8,5% ao ano, rende menos. Como está acima, vai dar 6,17% ao ano mais a TR
- Os juros altos aumentam o rendimento com investimentos em certos títulos públicos, como o Tesouro Selic
O que é a taxa Selic?
- É a taxa básica da economia, serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela
- Não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos
- Por exemplo, segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cartão de crédito em novembro chegou a 415,3% ao ano
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.