BC reduz projeção e vê inflação no centro da meta em 2017
O Banco Central reduziu a projeção de inflação para 2017, passando a vê-la no centro da meta de 4,5% ao ano pelo cenário de referência, apesar de ter piorado sua perspectiva de alta dos preços para 2016, mostrou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira (16).
A estimativa para a inflação em 2016 continua acima do centro da meta, de 4,5% ao ano. Para 2017, por outro lado, a projeção é de que a inflação fique no centro do objetivo. No documento, o BC repetiu que não há espaço para redução da taxa básica de juros e que há incertezas no campo fiscal que atrapalham as expectativas.
"Ressalte-se a importância de se garantir uma trajetória de resultados primários que permita a estabilização e a posterior redução do endividamento público em relação ao PIB, medida crucial para reforçar a percepção positiva sobre o ambiente econômico, para melhorar a confiança dos agentes e para contribuir para a ancoragem das expectativas de inflação", informou a ata.
O cenário de referência leva em consideração o dólar constante a R$ 3,60 e a Selic em 14,25% ao ano.
BC manteve os juros
Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25% ao ano, mesmo patamar desde julho de 2015, na última reunião com Alexandre Tombini à frente do BC. O atual presidente, Ilan Goldfajn, assumiu o posto na quinta-feira (9) e, por isso, a ata ainda não reflete as orientações de sua gestão.
A Selic influencia todos os juros do país, mas é só uma referência: as taxas cobradas dos consumidores são muito mais altas. Em abril, os juros do cartão de crédito chegaram a 449%. Economistas dizem que a poupança está ruim como investimento, e o melhor são outras opções de renda fixa.
Juros X inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação continua bem acima do limite máximo: chegou a 9,32% em 12 meses, segundo os dados de maio do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
Porém, os juros também estão altos e o país está em recessão. Se o BC subir ainda mais os juros, corre o risco de fazer a economia encolher ainda mais.
Medidas contra a inflação
A ata repetiu também que o BC adotará as medidas necessárias para levar a inflação ao limite de tolerância da meta em 2016, fazendo-a convergir para o centro do alvo em 2017.
Em seus dois discursos públicos até agora, o novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, não especificou o horizonte de tempo para que a meta volte ao centro da meta, mesmo reforçando que seu objetivo é que isso aconteça.
Na mais recente pesquisa Focus realizada semanalmente pelo BC com uma centena de economistas, a projeção é que encerrará o ano em 7,19% e 2017 a 5,5%.
O BC reiterou na ata que "o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária".
Também acrescentou que o IPCA vem sendo influenciado por "choques temporários de oferta no segmento de alimentação".
(Com Reuters)
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