Inflação desacelera para 0,08%, a menor para setembro em 18 anos
A inflação oficial no Brasil fechou o mês de setembro em 0,08%, o representa uma desaceleração em relação a agosto, quando a alta dos preços havia sido de 0,44%. Os dados são do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Este é o menor índice desde a taxa de 0,01% de julho de 2014. Em relação aos meses de setembro, a taxa é a mais baixa desde 1998, quando ficou em -0,22%. Em setembro de 2015, a inflação havia sido de 0,54%.
Altas em setembro
- habitação (de 0,3% em agosto para 0,63% em setembro),
- vestuário (de 0,15% para 0,43%) e
- comunicação (de -0,02% para 0,18%).
Alimentação
O grupo dos alimentos apresentou a maior queda em setembro (-0,29%), acumulando inflação de 8,80% no ano. Considerando os alimentos para consumo em casa, a queda no mês foi de 0,6%, enquanto a alimentação fora de casa subiu 0,33%.
Cinco das 13 regiões pesquisadas pelo IBGE mostraram aumentos no resultado do grupo, sendo em Belém a taxa mais elevada (0,53%).
Preço do leite cai
A queda dos alimentos foi puxada pelo recuo de 7,89% dos preços do leite. Entre os itens que ficaram mais em conta, também destacaram-se:
- batata-inglesa (-19,24%),
- alho (-7,45%),
- feijão carioca (-4,61%) e
- hortaliças (-4,42).
Em relação aos alimentos em alta, o destaque ficou com as carnes, que registraram aumento 1,43%, segundo o IBGE.
Inflação e juros
A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.
Porém, a taxa de juros já está alta e aumentá-la ainda mais poderia comprometer a retomada do crescimento da economia. O Banco Central tem dito que buscará deixar a inflação dentro da margem de tolerância deste ano. Atualmente os juros estão em 14,25% ao ano.
Perspectivas
A projeção para a inflação no final de 2016 caiu para 7,23%, segundo o último Boletim Focus, com as expectativas de economistas consultados pelo Banco Central.
Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação caiu de 5,16% para 5,15%. Para 2017, os analistas mantiveram a previsão de 5,07%.
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