BC dos EUA mantém juros entre 0,25% e 0,5% e sinaliza alta em dezembro
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros no país na faixa entre 0,25% e 0,5%. A decisão foi anunciada na tarde desta quarta-feira (2) e foi a última antes das eleições presidenciais dos EUA, marcadas para 8 de novembro.
O órgão sinalizou fortemente que pode subir a taxa em dezembro, com a economia ganhando fôlego e a inflação acelerando. Em dezembro, a última alta de juros vai completar um ano. No final do ano passado, a taxa subiu pela primeira vez desde 2006.
Para efeito de comparação, a taxa de referência atual no Brasil, a Selic, é de 14% ao ano.
Inflação
O comitê de definição da taxa de juros do Fed disse que a economia se fortaleceu e que os ganhos de emprego continuaram sólidos. O comunicado do banco expressou otimismo em relação ao avanço da inflação rumo à meta de 2%.
"O comitê julga que a hipótese de um aumento na taxa dos fundos federais continuou a se fortalecer, mas decidiu, por enquanto, esperar por mais evidências de progresso contínuo em direção a seus objetivos", disse o Fed em comunicado após a reunião de dois dias.
As presidentes do Fed de Kansas City, Esther George, e do Fed de Cleveland, Loretta Mester, divergiram da decisão desta quarta. Elas votaram pela alta dos juros.
Como os juros dos EUA afetam o mundo?
O Fed tem mantido os juros desde dezembro, quando elevou-os pela primeira vez em quase uma década e sinalizou planejar mais quatro aumentos em 2016.
A taxa de juros dos EUA é capaz de modificar as regras do jogo da economia mundial.
Com a alta dos juros por lá, os investidores podem começar a achar vantajoso aplicar seu dinheiro nos Estados Unidos, que são considerados uma economia forte e estável. Isso causaria a migração de recursos que atualmente estão aplicados nos mercados emergentes, como o Brasil.
Por que os juros estão tão baixos nos EUA?
Com a crise de 2008-2009, os EUA registraram desaceleração da economia, aumento do desemprego, queda da confiança de empresários e do consumo das famílias, com crédito escasso.
O Federal Reserve baixou, então, os juros para tentar estimular investimentos e consumo e movimentar a economia.
Outra medida adotada foi a injeção de dinheiro, comprando títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.
Quem decide se os juros ficam iguais ou sobem?
Quem define os juros é o Comitê Federal de Mercado Aberto - equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no Brasil.
Os membros do Fomc se reúnem oito vezes durante o ano para avaliar as condições econômicas e financeiras e definir se a política monetária do país está adequada para esse cenário.
O comunicado do Fed desta quarta informa que sete membros votaram a favor da manutenção dos juros e três votaram pelo aumento.
(Com Reuters)
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