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Carne Fraca: Lista do governo tem 21 empresas, mas 50 são alvo da operação

Guilherme Stutz/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Guilherme Stutz/Futura Press/Estadão Conteúdo

Aiuri Rebello e Natalia Engler

Do UOL, em São Paulo

29/03/2017 04h00

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou uma lista com 21 empresas que são alvo da Operação Carne Fraca poucos dias após sua deflagração, mas a lista real de companhias brasileiras alvo da Polícia Federal no caso contém 50 empresas.

Na Justiça Federal do Paraná existem 56 empresas envolvidas no processo, mas seis delas não sofreram busca e apreensão. Então, são 50 consideradas como alvos. Esses números não consideram nomes fantasias diferentes da mesma empresa e duplicidades.

Na lista do governo federal, há apenas frigoríficos, indústrias de alimentos e uma transportadora que são de responsabilidade da fiscalização sanitária federal. Essa lista inclui também duas empresas que não são alvo direto da operação da PF (FrigoSantos e Madero).

Em entrevista coletiva na segunda-feira (27), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, garantiu que todos os frigoríficos e empresas investigados estavam na lista divulgada por sua pasta, mas não é bem assim.

Outros frigoríficos, transportadoras e indústrias do ramo alimentício (como de laticínios) que são de responsabilidade dos respectivos governos estaduais e prefeituras -- que não exportam e/ou são de porte menor, que atendem o mercado regional -- não entraram na lista de investigadas do Ministério da Agricultura, mas são alvo da PF.

Ficaram de fora da lista oficial do governo federal também as empresas que são suspeitas de fazer parte do esquema de corrupção, direta ou indiretamente, mas que não passam por fiscalização sanitária federal.

Estão nesse grupo uma rede multinacional de lanchonetes e escritórios de advocacia, contabilidade e comércio exterior, clínicas veterinárias e laboratórios de análises clínicas; distribuidores de alimentos; empresas de fertilizantes, ração animal e medicamentos para animais; imobiliária, uma indústria de água mineral e até uma rádio.

Quando deflagrou a Operação Carne Fraca, no dia 17 de março, a PF divulgou uma lista com 32 empresas que foram alvo de busca e apreensão de documentos e provas durante a operação, mas na verdade o juiz concedeu mandado para batidas policiais em 50 companhias. Isso não significa que todas elas serão indiciadas ao final das investigações.

PF tem 119 suspeitos no processo

Questionada por que divulgou uma lista com apenas 32 empresas alvo de busca e apreensão em vez das 50, por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Federal não esclareceu a diferença.

A assessoria do Ministério da Agricultura disse que, "se existem diferenças entre os números do ministério com relação à PF, é porque no da PF há empresas que foram pegas em outro tipo de delito – como problemas vegetais e outros."

Entre funcionários públicos (na maioria fiscais), empregados das empresas investigadas e terceiros, 119 pessoas são suspeitas de participar de esquema de corrupção. A fraude visaria burlar a fiscalização e permitir produção, transporte, venda e até exportação de carne fora dos padrões. Destas, 27 estão presas preventivamente e outras 11 foram presas temporariamente, mas já deixaram a cadeia. Outros 77 suspeitos de envolvimento foram alvo de condução coercitiva para depor e depois foram liberados.

Partes do processo na Justiça Federal do Paraná e todo o inquérito da Polícia Federal estão sob sigilo, então é possível que ainda haja outras empresas e pessoas suspeitas na investigação que ainda não foram reveladas.

Alguns nomes na lista de empresas que consta no processo registrado na Justiça Federal do Paraná fazem referência a empresas do mesmo grupo ou dono. A JBS, por exemplo, aparece indiretamente por meio das subsidiárias Seara e Big Frango.

Outras duas empresas investigadas, o escritório de advocacia Medeiros, Emerick & Advogados Associados e a Portal Operações Portuárias possuem um sócio em comum. De acordo com a defesa desses grupos, não há fundamento para o nome deles ter ido parar no processo (veja como posicionou-se cada empresa mais baixo).

A rede multinacional de lanchonetes Subway aparece na lista três vezes, uma pelo escritório central no país e as outras como lojas. De acordo com as investigações, um dos fiscais suspeitos usaria duas franquias de lojas da rede em nome de suas filhas para lavar o suposto direito ilícito que ganhava.

Confira a relação completa de empresas alvo de busca e apreensão

O UOL procurou as 56 empresas citadas na Justiça Federal do Paraná no âmbito da Operação Carne Fraca, incluindo as que estão citadas no processo, mas não foram alvo de busca e apreensão na operação. Vejas a lista de todas as empresas abaixo, assim como a posição sobre o assunto daquelas que responderam aos questionamentos da reportagem.

Empresas que foram alvo de busca e apreensão na Carne Fraca:

  • Frigorífico 3D / Comercial NDM de Alimentos Eireli
    O que diz a empresa: Não foi localizada para comentar o envolvimento na Carne Fraca; no site há um número de telefone que não é deles.
  • Unidos Comércio de Alimentos Ltda.
    O que diz a empresa: Ninguém atendia na sede; a reportagem ligou três vezes em horários distintos.
  • Balaban & Gonçalves Advogados / BG Consultoria Empresarial
    O que diz a empresa: Em nota divulgada em seu site, o escritório afirma que sua atuação é restrita ao direito tributário e comercial, e nunca trabalhou com processos ligados ao Ministério da Agricultura. Eles informam que o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, suspeito no caso, que foi preso temporariamente pela PF e depois liberado, desligou-se do escritório, que continua operando normalmente.
  • Medeiros, Emerick & e Advogados Associados
    O que diz a empresa: De acordo com o advogado do escritório de advocacia, Daniel Laufer, o que aconteceu na operação da PF "foi um equívoco grave". De acordo com o defensor, um dos sócios do escritório é sócio de uma outra empresa investigada, a Portal. Segundo ele, a Portal por sua vez teve como sócio um dos suspeitos da Carne Fraca, mas que hoje não tem relação nem com o escritório, a empresa ou seus sócios. "Isso tudo será explicado para a PF quando formos depor. Ainda não fomos chamados. As empresas não têm nada a ver com esse rolo", afirma Laufer.
  • Portal Operações Portuárias Ltda.
    O que diz a empresa: De acordo com o advogado Daniel Laufer, representante do escritório de advocacia Medeiros, Emerick & Advogados Associados (outro alvo da operação), o que aconteceu na operação da PF "foi um equívoco grave" (ver explicação acima).
  • Indústria e Comércio de Couros Britali Ltda.
    O que diz a empresa: Não foi localizada para comentar o caso.
  • BRF S.A.
    O que diz a empresa: a BRF diz "que as questões objeto de apuração pela Polícia Federal serão comentadas após a finalização da investigação da Polícia Federal". A BRF afirma que a fábrica de Mineiros (GO) é uma unidade construída em 2006 que produz carne de frango e de peru e responde por menos de 5% da produção total da BRF. "Seus produtos são destinados a exportações e mercado interno. A planta está habilitada para exportar para os mais exigentes mercados do mundo", afirma em comunicado. A empresa não comenta o suposto pedido de propina. A fábrica foi fechada temporariamente pelo Ministério da Agricultura. A BRF afirma que o local possui três certificações internacionais, e que a última inspeção do ministério lá foi feita no final de fevereiro e o local foi aprovado. Sobre os contêineres barrados na Itália pela presença de salmonella, a empresa diz que não cometeu nenhuma irregularidade, já que o tipo de salmonella encontrado, o Saint Paul, não é proibido para carnes in natura, e que o problema na Itália não se justificaria. A empresa afirma que foi discutido mandar a carga restante para a Holanda, onde a regra que permite a Saint Paul seria respeitada. "Diante do exposto, a BRF reitera que todas as medidas tomadas pela empresa e seus técnicos estão plenamente de acordo com os mais elevados níveis de governança", diz o comunidado. A BRF é uma das maiores empresas produtoras de carne do mundo. A empresa é dona de marcas como Sadia e Perdigão, e exporta para mais de 150 países. São mais de 100 mil funcionários em 54 unidades espalhadas em sete países, a maioria no Brasil.
  • Breyer e Cia Ltda.
    O que diz a empresa: A empresa informa que é uma empresa de mel e cera de abelhas e não possui relação com frigoríficos. "Quanto ao pagamento de contraprestações apontadas na investigação dos frigoríficos, a empresa Breyer não necessita de favorecimentos, considerando seu comprometimento com a qualidade". A empresa se diz contra esse tipo de ação.
  • Dagranja Agroindustrial Ltda.
    O que diz a empresa: Não foi localizada para comentar o caso.
  • Primocal Indústria e Comércio de Fertilizantes Ltda.
    O que diz a empresa: Não foi localizada para comentar o caso.
  • Subway
    O que diz a empresa: o nome da rede multinacional de lanchonetes Subway acabou entrando no foco da Polícia Federal na Carne Fraca indiretamente: um dos fiscais investigados suspeito de corrupção tem duas filhas e cada uma delas tem uma franquia da rede. A PF suspeita que as lojas teriam sido compradas com dinheiro de corrupção e seriam usadas para lavar dinheiro sujo. Com isso, a Justiça federal no Paraná concedeu um mandato de busca e apreensão para procurar provas nos servidores da empresa, em um de seus escritórios centrais, além das duas unidades de propriedade das filhas do suspeito. Por meio de nota após a operação, a assessoria de imprensa da Subway diz que “não é alvo de uma investigação da Polícia Federal, em conexão com a alegada lavagem de dinheiro. A rede, que há tempos tem estabelecido políticas na condução dos seus negócios de forma íntegra, jamais toleraria qualquer tipo de corrupção. Informa ainda que colaborou com a Polícia Federal em sua investigação e continuará a fazê-lo". A rede de franquias diz ainda que “é criteriosa na seleção de franqueados e fornecedores e avalia regularmente o desempenho dos proprietários. Além disso, realiza auditorias constantes na cadeia de abastecimento para ajudar a garantir a qualidade dos produtos, alimentos e serviços aos clientes."
  • Frigorífico Argus
    O que diz a empresa: O Grupo Argus diz que não solicitou a qualquer servidor do Ministério da Agricultura senhas para acessar ambientes restritos e promover liberações indevidas. A empresa afirma ainda que espera que os fatos sejam urgentemente apurados para que se constate sua idoneidade.
  • Companhia Internacional de Logística
    O que diz a empresa: A empresa foi procurada por telefone e nenhum responsável retornou as ligações da reportagem.
  • Morretes Água Mineral Ltda.
    O que diz a empresa: A empresa foi procurada por telefone e nenhum responsável retornou as ligações da reportagem. A empresa tem como sócio o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, afastado do Balaban & Gonçalves Advogados / BG Consultoria Empresarial, outra das empresas investigadas, e que chegou a ser preso temporariamente pela PF na operação.
  • Fortesolo Serviços Integrados Ltda.
    O que diz a empresa: A Fortesolo "vem a público informar que não é alvo da investigação, e que não possui qualquer envolvimento com os fatos de interesse do inquérito policial instaurado, eis que sua atividade comercial não se correlaciona com o setor produtivo objeto da investigação (frigorificados), e sim com a atividade de operações portuárias e armazenagem de fertilizantes. Comunicamos ainda que a empresa já prestou todas as informações que lhe foram solicitadas, e que espera e confia no trabalho das autoridades para o rápido e integral esclarecimento dos fatos."
  • Simão Sociedade de Advogados
    O que diz a empresa: A empresa não retornou os contatos da reportagem.
  • Central de Carnes Paranaense Ltda.
    O que diz a empresa: O UOL não conseguiu contato com a empresa, que é dos mesmos donos do Frigorífico Souza Ramos.
  • Frigorífico Souza Ramos Ltda.
    O que diz a empresa: Após a operação, o frigorífico informou que "colaborou no que foi possível" e que vai continuar colaborando com a Polícia Federal. A empresa afirma seguir as exigências de qualidade.
  • Fábrica de Farinhas de Carnes Castro
    O que diz a empresa: Nenhum contato da empresa foi localizado pela reportagem.
  • Dalchen Gestão Empresarial Ltda.
    O que diz a empresa: A empresa tem como sócio o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, afastado do Balaban & Gonçalves Advogados/BG Consultoria Empresarial, outra das empresas investigadas, e que chegou a ser preso temporariamente pela PF na operação. O UOL não conseguiu contato com representantes da Dalchen ou do acusado.
  • JJZ Alimentos S.A.
    O que diz a empresa: A JJZ Alimentos informou que está dentro das normas e exigências legais, com habilitação para comercialização de seus produtos no mercado interno e externo. A empresa diz ter certeza de que nenhuma irregularidade foi ou será encontrada.
  • Frigorífico Larissa Ltda.
    O que diz a empresa: No início da semana, o Frigorífico Larissa disse que o Ministério da Agricultura faria uma inspeção no estabelecimento no dia 21 e que após a conclusão do laudo poderia dar um posicionamento. Procurados pelo telefone na noite de terça-feira (28), os representantes do estabelecimento não foram localizados. O laudo sobre o local ainda não foi liberado pelo ministério.
  • Peccin
    O que diz a empresa: Em nota divulgada no seu site, o frigorífico afirma que  a empresa está surpresa, consternada e repudia "as falsas alegações que culminaram com a prisão preventiva de seus diretores". A Peccin diz ainda que tem amplo interesse em contribuir com as investigações, em busca da verdade, estando inteiramente à disposição das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários; e que declara que está confiante de que os órgãos competentes saberão discernir a efetiva veracidade dos fatos que ora se alegam. Ainda, conclama pela paciência e serenidade da sociedade para o esclarecimento dos fatos verdadeiros. Por fim, o comunicado afirma que a empresa lamenta a divulgação precipitada de inverdades sobre o seu sistema de produção, sendo que as informações repassadas ao grande público foram no afã de justificar os motivos da operação “Carne Fraca”, modificando os fatos e comprometendo a verdade, e que não tem qualquer vínculo comercial ou societário com a Peccin S/A, indústria gaúcha de doces e chocolates.
  • Big Frango
    O que diz a empresa: Após a operação a JBS (dona da empresa) divulgou nota onde afirma que "o ministro da Agricultura, Blairo Maggi esteve na única instalação da JBS citada na investigação e constatou o rigor nos processos industriais".  A empresa afirma que "nenhuma das unidades da companhia foi interditada e não foi identificado nenhum problema em seus produtos. A JBS segue os mais rígidos padrões e protocolos nacionais e internacionais de qualidade e de segurança alimentar". A companhia reafirma "seu compromisso de respeito e transparência com o governo, colaboradores e consumidores. A JBS ressalta que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e tomará todas as medidas cabíveis."
  • Morar Assessoria e Empreendimentos Imobiliários
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.
  • Frango DM Indústria e Comércio de Alimentos / Frango a Gosto
    O que diz a empresa: O frigorífico diz que o proprietário Domingos Martins compareceu à sede da Polícia Federal em Maringá (PR) para dar esclarecimentos, no sentido de contribuir para a apuração dos fatos investigados pelas autoridades, e foi liberado em seguida. A empresa afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi mencionada devido à doação de duas caixas de carne de frango. Martins informa que o fato realmente ocorreu e foi autorizado como uma contribuição a evento sem fins lucrativos na cidade de Londrina a um valor de mercado de aproximadamente R$ 60,00. "Após vistoria na indústria, realizada na sexta-feira (17), pela Polícia Federal, nenhuma irregularidade foi verificada e a produção segue normalmente. Por conta das investigações, as autorizações de exportação foram temporariamente suspensas. Entretanto, por questões de posicionamento estratégico da empresa, a indústria vem atuando somente no mercado interno há 120 dias. A empresa reforça os padrões elevados de produção da agroindústria brasileira, referência mundial no quesito qualidade e sanidade, sendo os procedimentos auditados não apenas pelos órgãos brasileiros como também por técnicos sanitários de todos os países para os quais exporta."
  • Smartmeal Comércio de Alimentos
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.
  • Integração Logística, Distribuição
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.
  • Lara Consultoria Empresarial
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.  A empresa tem como sócio o advogado Rafael Nojiri Gonçalves, afastado do Balaban & Gonçalves Advogados/BG Consultoria Empresarial, outra das empresas investigadas, e que chegou a ser preso temporariamente pela PF na operação. O UOL não conseguiu contato com o advogado dele.
  • Dinâmica Importação, Exportação, Indústria e Comércio
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem. 
  • Frigorífico Oregon
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.
  • Bio - Tee Sul America Indústria de Produtos Químicos e Opoterápicos
    O que diz a empresa: Foi contatada por e-mail, mas não respondeu aos questionamentos da reportagem.
  • Fratelli - Comércio de Massas, Frios e Laticínios
    O que diz a empresa: Não foi localizada pela reportagem.
  • Transfrio Transportes
    O que diz a empresa: Procurada por telefone e e-mail, não respondeu aos contatos da reportagem.
  • Laboran Análises Clínicas
    O que diz a empresa: Não respondeu ao e-mail da reportagem.
  • Dog Gato Clínica Veterinária 
    O que diz a empresa: De acordo com a dona, Monique Fogaça, a clínica foi vítima de um mal-entendido por parte da Polícia Federal. "Comprei em 2012 a clínica da irmã de uma das suspeitas que está presa preventivamente na operação, mas ela nunca mudou o registro de endereço do CNPJ dela", diz. Assim, Monique afirma que foi uma grande surpresa quando, às 6h do dia 17, agentes da PF chegaram ao local ameaçando arrombar a porta. "Fui correndo pra lá, consegui explicar a confusão, que não tinha mais nada a ver com a suspeita, mas o estrago já estava feito", afirma. Ela conta que perdeu inúmeros clientes e agora tem que enfrentar a desconfiança em Curitiba, onde a clínica seria bastante conhecida. Monique diz que vai processar a antiga proprietária.
  • Rádio Castro
    O que diz a empresa: A rádio é de propriedade da filha do ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Gil Bueno de Magalhães, que foi preso na Operação Carne Fraca e, depois, exonerado do cargo. A PF suspeita que a rádio tenha sido adquirida com dinheiro ilícito e usada para lavar dinheiro de corrupção. Para o advogado da rádio, Renato Barroso, a suspeita é falsa. "É uma ilação completamente infundada, a rádio é um negócio da família, não é porque ele vinha aqui e participava de programas que a rádio é dele", afirma ele. "As acusações não tem nenhum fundamento, é um absurdo", completa o advogado, que afirma que a Rádio Castro existe há mais de 30 anos e foi adquirida pela filha do ex-superintendente há cerca de dez anos, antes de ele assumir o cargo do qual foi exonerado.
  • Frigorífico Rainha da Paz
    O que diz a empresa: Em nota em seu site, o Frigorífico Rainha da Paz informou que "mantém rigoroso controle de qualidade e de higiene em seu processo produtivo, com cumprimento das normas sanitárias pertinentes".
  • Novilho Nobre Indústria e Comércio de Carnes / Transmeat
    O que diz a empresa: Ao telefone, um representante da empresa afirmou que ela não é investigada na operação da PF, mas a ligação caiu e ele não atendeu mais as chamadas da reportagem.
  • Frigobeto Frigoríficos e Comércio de Alimentos
    O que diz a empresa: O UOL entrou em contato por e-mail, mas não obteve retorno.
  • E.H. Constantino & Constantino
    O que diz a empresa: Ela não foi localizada pela reportagem.
  • Santa Ana Comércio de Alimentos
    O que diz a empresa: A empresa foi contatada pelo telefone e disseram que os advogados iam ligar de volta, o que não aconteceu.
  • BR Organ Fertilizantes do Brasil
    O que diz a empresa: O UOL não conseguiu contato.
  • AJX Transportes
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Ismael Leachi Contabilidade
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Frigomax
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • M.C. Artacho & Cia
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Wegmed - Caminhos Medicinais
    O que diz a empresa: Não retornou o e-mail da reportagem.
  • Seara
    O que diz a empresa: Após a operação, a JBS (dona da empresa) divulgou nota onde afirma que "o ministro da Agricultura, Blairo Maggi esteve na única instalação da JBS citada na investigação e constatou o rigor nos processos industriais".  A empresa afirma que "nenhuma das unidades da companhia foi interditada e não foi identificado nenhum problema em seus produtos. A JBS segue os mais rígidos padrões e protocolos nacionais e internacionais de qualidade e de segurança alimentar". A companhia reafirma "seu compromisso de respeito e transparência com o governo, colaboradores e consumidores. A JBS ressalta que não compactua com qualquer desvio de conduta de seus funcionários e tomará todas as medidas cabíveis."
  • Indústria de Laticínios S.S.P.M.A.
    O que diz a empresa: Não foi localizada.

Empresas que estão no processo na Justiça federal do Paraná mas não sofreram busca e apreensão

  • C.S. Storte Distribuidora de Produtos Alimentícios
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Multicarnes Representações Comerciais
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Princípio Alimentos
    O que diz a empresa: A Princípio Alimentos Ltda disse que foi chamada pela Polícia Federal como testemunha e que não tinha mais nada a declarar.
  • Marfrig Alimentos S.A.
    O que diz a empresa: por meio de sua assessoria de imprensa, a Marfrig afirma que "nenhuma de suas empresas  ou unidades operacionais é objeto de investigação da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A antiga unidade da Marfrig na cidade paranaense de Nova Londrina, inscrita sob o SIF no. 4365, é mencionada exclusivamente na documentação da PF como um dos frigoríficos instalados no Estado do Paraná. Trata-se, portanto, de uma citação meramente circunstancial. A unidade de Nova Londrina operou por 11 meses e foi desativada em setembro de 2011, em decorrência de uma reestruturação geográfica de sua operação."
  • Meridian Modal Rodoferroviário
    O que diz a empresa: Não foi localizada.
  • Jaguafrangos Indústria e Comércio de Alimentos
    O que diz a empresa: A Jaguafrangos afirma que não é alvo da Operação Carne Fraca. "Consta [no processo] devido a um telefonema entre o Sidnei [dono da empresa] e um dos fiscais investigados. O Sidnei já prestou depoimento e esclareceu que não tem nada a ver com a operação."