BC prevê alta de 0,5% no PIB e inflação de 4% em 2017, dentro da meta
O Banco Central piorou a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e diminuiu a expectativa de inflação para este ano. Agora, o órgão estima crescimento de 0,5% da economia e inflação de 4%, de acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quinta-feira (30).
Se a previsão se confirmar, a alta dos preços em 2017 vai ficar dentro da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (na prática, variando entre 3% e 6%). Em 2016, a inflação foi de 6,29%.
A projeção anterior, divulgada no relatório de dezembro, trazia estimativa de 0,8% para o PIB (Produto Interno Bruto) e inflação de 4,2%.
Veja as projeções do BC para 2017:
- Inflação: 4% (antes era de 4,2%)
- PIB: 0,5% (antes era 0,8%)
'Intensificação' do corte de juros
O BC deixou claro que vai fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte da taxa básica de juros, diante da queda na previsão para a inflação.
"A consolidação do cenário de desinflação mais difundida, que abrange os componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom", disse o banco.
Desde que iniciou o ciclo de corte dos juros, em outubro do ano passado, o BC já reduziu a Selic em 2 pontos percentuais, aos atuais 12,25% ao ano. Foram dois cortes iniciais de 0,25 ponto percentual e depois dois de 0,75 ponto.
Relatório orienta decisões do BC
O Relatório de Inflação é publicado trimestralmente pelo Banco Central. Ele reúne indicadores da economia nacional e global, além de projeções para os próximos meses feitas pelo próprio BC e por analistas de mercado.
O objetivo do documento é identificar a tendência da inflação, para embasar as decisões do BC a respeito dos juros. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, se reúne para definir a taxa básica de juros (Selic), que serve de referência para outras taxas.
Em geral, juros altos são usados para controlar a inflação, porque deixam o crédito mais caro e levam as pessoas a consumir menos, forçando os preços a caírem. Por outro lado, juros altos dificultam o crescimento, principalmente num momento de crise e desemprego, como o que o Brasil enfrenta.
Projeções do mercado
As estimativas do Banco Central são semelhantes às de especialistas consultados pelo banco.
O último Boletim Focus, uma pesquisa semana, prevê que o país deve fechar este ano com a economia crescendo 0,48% e inflação de 4,12%.
(Com Reuters)
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