BC acredita que inflação vai fechar 2016 dentro da meta, diz relatório
O Banco Central prevê que a economia brasileira deve encolher 3,4% e a inflação ficará em 6,5% neste ano, de acordo com o relatório trimestral de inflação, divulgado nesta quinta-feira (22).
Se a previsão se confirmar, a alta dos preços em 2016 vai ficar dentro da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (na prática, variando entre 2,5% e 6,5%). Em 2015, a inflação foi de 10,67%.
A projeção anterior, divulgada no relatório de setembro, trazia estimativa de -3,3% para o PIB (Produto Interno Bruto) e inflação de 7,3%.
Veja as projeções do BC para este ano e para 2017:
- Inflação em 2016: 6,5% (a anterior era 7,3%)
- Inflação em 2017*: 4,4% (antes era de 4,4%)
- PIB em 2016: -3,4% (antes era -3,3%)
- PIB em 2017: 0,8% (antes era 1,3%)
*Em 2017, a tolerância é de 1,5 ponto, com o teto da meta a 6%.
Relatório orienta decisões do BC
O Relatório de Inflação é publicado trimestralmente pelo Banco Central. Ele reúne indicadores da economia nacional e global, além de projeções para os próximos meses feitas pelo próprio BC e por analistas de mercado.
O objetivo do documento é identificar a tendência da inflação, para embasar as decisões do BC a respeito dos juros. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, se reúne para definir a taxa básica de juros (Selic), que serve de referência para outras taxas.
Em geral, juros altos são usados para controlar a inflação, porque deixam o crédito mais caro e levam as pessoas a consumir menos, forçando os preços a caírem. Por outro lado, juros altos dificultam o crescimento, principalmente num momento de crise e desemprego, como o que o Brasil enfrenta.
Projeções do mercado e do governo
Analistas de mercado consultados pelo BC em sua pesquisa semanal, o Boletim Focus, afirmam que o país deve fechar este ano com a economia encolhendo 3,48% e inflação de 6,49%.
O governo do presidente Michel Temer, por sua vez, estima que o país feche 2016 com retração de 3,5% e inflação a 6,8%.
(Com Reuters)
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