Economia cresce no 1º trimestre, após 8 quedas; em um ano, emenda 12º tombo
A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre na comparação com o trimestre anterior, interrompendo oito períodos seguidos de queda, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (1º). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, porém, o PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 0,4%, no décimo segundo recuo seguido.
No acumulado de quatro trimestres, a economia encolheu 2,3%. Em valores atuais, o PIB no início do ano alcançou R$ 1,6 trilhão.
O resultado veio alinhado às expectativas de analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam crescimento de 1%, em relação aos três últimos meses do ano passado. Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, projetava avanço de 0,7% na mesma comparação. A estimativa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) era mais otimista, de alta de 1,19%.
Em 2016, a economia encolheu 3,6%, e o país enfrentou o segundo ano seguido de recessão.
Após a divulgação, o presidente Michel Temer comemorou o resultado em sua conta no Twitter. "Acabou a recessão! O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer ainda mais", disse. Especialistas afirmam, porém, que indicadores importantes, como os investimentos, ainda estão caindo e é cedo para dizer que o país saiu da crise.
Mais cauteloso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que ainda há um longo caminho até a plena recuperação, mas "estamos na direção correta".
Alta foi puxada pela agropecuária
O desempenho da economia no primeiro trimestre foi fortemente puxado pelo setor agropecuário, que cresceu 13,4% em relação ao trimestre anterior, com safra recorde de soja e boa colheita de milho.
A indústria subiu 0,9%, e o setor de serviços ficou estável.
A agropecuária também disparou em relação ao primeiro trimestre do ano passado, com alta de 15,2%. Já a indústria sofreu, nessa comparação, queda de 1,1%, e o setor de serviços recuou 1,7%;
Saída da recessão é incerta
Apesar de a economia brasileira dar sinais de recuperação, a saída da sua mais longa e profunda crise, que causou forte desemprego, ainda é incerta.
Indicadores importantes na composição do PIB ainda apresentam forte queda, como os investimentos das empresas e o consumo das famílias.
Além disso, a crise política que atinge o governo nas últimas semanas, após a delação premiada dos donos da JBS revelar conversas suspeitas com o presidente, pode abortar a recuperação logo no início.
Temer, que assumiu o cargo há um ano, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, procurou implementar uma agenda de reformas econômicas impopulares, mas apoiadas pelos investidores.
Com as denúncias e a investigação do presidente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça, há pressões para que ele renuncie e pedidos de impeachment protocolados no Congresso.
Também há expectativa de que o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casse a chapa Dilma/Temer.
A incerteza gerada pelas duas possibilidades pode atrasar ou impedir a votação das reformas, o que é visto pelo mercado como prejudicial à economia.
O que entra na conta do PIB?
O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.
(Com agências de notícias)
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