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Gás de cozinha pesa, e prévia da inflação acelera para 0,34% em outubro

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Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/10/2017 09h06

Puxado principalmente pelos preços dos combustíveis, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), ficou em 0,34% em outubro, após registrar alta de 0,11% em setembro.

Com o resultado de outubro, a prévia acumulada em 12 meses é de 2,71%. No ano, o resultado acumulado está em 2,25%, inferior aos 6,11% do mesmo período de 2016. É o menor acumulado para um mês de outubro desde 2006 (2,22%).

Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (20).

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A prévia acumulada em 12 meses continua abaixo da meta de inflação do governo. O objetivo em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%. 

Se a tendência se confirmar, 2017 será o primeiro ano em que a inflação termina abaixo do objetivo desde que o sistema de metas foi adotado. O BC descumpriu a meta três vezes nas últimas duas décadas, mas em todos esses casos entregou a inflação acima do objetivo.

Gás de cozinha pesa no bolso

Segundo o IBGE, o índice de outubro foi influenciado, principalmente, pelos combustíveis: houve alta de 5,36% nos combustíveis domésticos, pertencentes ao grupo habitação (0,66%), e de 1,29% nos combustíveis de veículos, incluído no grupo transportes (0,60%).

O gás de botijão, integrante do grupo habitação, subiu 5,72% e teve o maior impacto individual no índice (0,07 p.p.). Entre setembro e outubro, a Petrobras anunciou três reajustes nas distribuidoras para o botijão de gás de cozinha: 12,2% a partir de 06 de setembro; 6,90% a partir de 26 de setembro e 12,9% a partir de 11 de outubro.

Já a energia elétrica apresentou queda de 0,15% em outubro. Os preços de alimentos e bebidas, com importante peso sobre o orçamento das famílias, reduziram o ritmo de queda no mês a 0,15%, depois de deflação de 0,94% em setembro.

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o órgão decidiu cortar a taxa de juros pela oitava vez seguida. Ela passou de 9,25% para 8,25% ao ano, menor nível desde julho de 2013.

Na ocasião, o banco sinalizou que o ciclo de cortes deve ter "encerramento gradual" e que isso dependerá "da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)

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