Juros caem pela 10ª vez seguida e vão a 7% ao ano, menor nível na história
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (5) cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 7,5% para 7% ao ano. Com isso, a poupança continua rendendo menos (leia mais abaixo).
Esse foi o décimo corte seguido da Selic, que atinge seu menor nível na história (o Copom foi criado em 1996). Até então, o patamar mais baixo havia sido registrado entre outubro de 2012 e abril de 2013 (7,25%).
A decisão foi unânime e veio dentro do esperado pelo mercado. Dos 50 economistas consultados pela agência de notícias Reuters, 49 apostavam em corte de 0,5 ponto e apenas um previa redução de 0,25 ponto.
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Juros ao consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial em outubro era de 323,7% ao ano. Já os juros do rotativo do cartão de crédito eram de 337,9% ao ano.
Cortes começaram no ano passado
O atual ciclo de cortes da Selic começou em outubro de 2016. Veja a trajetória dos juros de lá para cá:
- Outubro/16: caiu de 14,25% para 14%
- Dezembro/16: caiu de 14% para 13,75%
- Janeiro/17: caiu de 13,75% para 13%
- Fevereiro/17: caiu de 13% para 12,25%
- Abril/17: caiu de 12,25% para 11,25%
- Maio/17: caiu de 11,25% para 10,25%
- Julho/17: caiu de 10,25% para 9,25%
- Setembro/17: caiu de 9,25% para 8,25%
- Outubro/17: caiu de 8,25% para 7,5%
Poupança rende menos
Desde setembro, a poupança passou a render menos devido a uma nova regra, criada em 2012.
Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,27% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial).
Quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR. Isso, na prática, representa um rendimento menor.
Juros x inflação
Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A inflação está em baixa, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta dos preços em outubro ficou em 0,42%. Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,7%.
Esse resultado deixa a inflação abaixo do limite mínimo da meta do governo para 2017, que é de 4,5% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 3% e 6%.
Nesse cenário, o corte nos juros tende a estimular o investimento das empresas na produção e o consumo das famílias.
(Com agências de notícias)
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