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Prévia da inflação desacelera para 0,14% e é a menor para maio em 18 anos

Do UOL, em São Paulo

23/05/2018 09h01

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou para 0,14% em maio, após ficar em 0,21% no mês passado. É a menor taxa para o mês em 18 anos, desde 2000 (0,09%).

No ano, a prévia acumulada é de 1,23% e, em 12 meses, é de 2,7%. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.

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Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (23).

Diesel sobe 15,45% em 12 meses

Apesar dos aumentos nos preços da gasolina (+0,81%) e do diesel (+3,95%), os gastos com transporte ficaram 0,35% mais baratos na prévia de maio. Segundo o IBGE, a queda se deve aos preços menores do etanol (-5,17%) e das passagens aéreas (-14,94%).

Considerando períodos maiores, como o acumulado em 2018 e em 12 meses, porém, todos os combustíveis subiram muito acima da inflação. Veja as variações:

Alta acumulada em em 2018

  • Diesel: 7,1%
  • Gasolina: 5,32%
  • Etanol: 2,8%

Alta acumulada em 12 meses

  • Diesel: 15,45%
  • Gasolina: 18,97%
  • Etanol: 11,65%

Desde segunda-feira (21), caminhoneiros autônomos, que não estão ligados a transportadoras, realizam uma greve nacional contra os aumentos nos preços dos combustíveis. O governo propôs zerar um dos tributos, mas condicionou a medida à aprovação, pelo Congresso Nacional, do fim da isenção de impostos para empresas de diversos setores. 

Os aumentos dos combustíveis são resultado da nova política de preços da Petrobras, que repassa para os combustíveis a variação da cotação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo. Nos últimos meses, tanto o petróleo quanto o dólar têm apresentado forte alta.

Alimentos ficam mais baratos, mas cebola sobe 36%

Além dos transportes, pesaram menos no bolso os gastos com alimentação e bebidas (-0,05%), puxados principalmente pela queda de 0,28% em alimentação fora de casa e por produtos como o açúcar cristal (-3,9%), pescados (-3,51%), frango (-1,6%), arroz (-1,35%) e frutas (-0,97%). 

Por outro lado, alguns alimentos importantes para consumo dentro de casa subiram bastante, como a cebola (+35,68%), as hortaliças (+6,1%), o feijão-carioca (+3,75%) e o leite (+4,44%). 

Planos de saúde, remédios e conta de luz sobem

Na prévia da inflação, os gastos com saúde e cuidados pessoais subiram 0,76%, puxados principalmente pelos planos de saúde (+1,06%) e pelos remédios (+1,04%), que sofreram reajuste anual e, a partir de 31 de março, ficaram entre 2,09% e 2,84% mais caros. 

Também pesaram mais as despesas com habitação (+0,45%), com destaque para a energia elétrica, que ficou 2,18% mais cara. A conta de luz subiu devido à bandeira amarela, uma cobrança extra de R$ 0,01 a cada kwh consumido em todo o país, e aos aumentos nas tarifas em Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Fortaleza (CE). 

Expectativa em 2018

A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central (BC) é que a inflação termine 2018 em 3,5%, dentro do limite da meta deste ano. 

Já o governo ajustou suas previsões na véspera, e a estimativa para a inflação caiu de 3,64% para 3,11%

Inflação abaixo da meta em 2017

A inflação fechou 2017 em 2,95% e ficou abaixo do limite mínimo da meta do governo pela primeira vez na história. Foi a menor inflação anual desde 1998 (1,65%).

No início deste ano, o atual presidente do BC, Ilan Goldfajn, enviou carta ao então ministro Henrique Meirelles dizendo que a meta não foi cumprida no ano passado devido à queda nos preços dos alimentos, após safras recordes. A carta é uma exigência em caso de descumprimento da meta de inflação. 

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao anono menor nível da história (o Copom foi criado em 1996), após 12 cortes seguidos. 

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)