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Presidente do BC diz que país precisa de reformas para ter inflação baixa

Cristiane Bonfanti

Do UOL, em Brasília

28/06/2018 11h41Atualizada em 28/06/2018 14h11

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defendeu nesta quinta-feira (28) que a realização de reformas na economia brasileira é essencial para a manutenção de um cenário de inflação baixa no país.

"A continuidade do processo de reformas estruturais na economia é fundamento importante para as nossas projeções de médio e longo prazo e para a economia brasileira", disse o presidente do BC.

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Ao comentar o relatório de inflação divulgado pelo BC nesta quinta-feira, o presidente disse que houve uma frustração nas expectativas sobre a continuidade das reformas no país. Goldfajn afirmou ainda que, no passado, havia um cenário mais favorável para o Brasil na economia externa, o que mudou nos últimos meses.

Neste ano, atropelado por crises políticas e suspeitas de corrupção, o governo brasileiro não conseguiu avançar na reforma da Previdência. A medida era considerada essencial para o governo melhorar o resultado das contas públicas.

No ambiente externo, a elevação de juros nos Estados Unidos atrai recursos que antes eram direcionados para países emergentes, como Brasil.

Goldfajn afirmou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano está de acordo com a meta de inflação estabelecida não apenas para 2018, mas também para 2019.

"Nós acreditamos que essa decisão é compatível com a convergência da inflação para a meta", afirmou.

O presidente do BC afirmou que um dos choques na economia foi a recente greve dos caminhoneiros.

"Nós achamos que vamos ter dificuldade maior para analisar os próximos dados que venham a ocorrer porque os dados vão sendo contaminados pelo choque dessa greve tanto na atividade quanto na inflação. Vamos ter que separar os impactos desse choque no que é mais perene [duradouro] no longo prazo", disse.

Inflação não deve ficar abaixo da meta

Goldfajn afirmou que o órgão enxerga possibilidade menor de a inflação ficar abaixo da meta estabelecida para o ano.

Para 2018, a meta estabelecida é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que a taxa pode ficar entre 3% e 6%. Nos últimos meses, havia expectativa de que a inflação ficasse abaixo até mesmo desse piso de 3% ao ano.

Depois da greve dos caminhoneiros e com uma recuperação da economia mais lenta, o Banco Central elevou de 3,8% para 4,2% a projeção para a inflação no fechamento de 2018. Para 2019, o Banco Central reduziu essa estimativa de 4,1% para 3,7%.

Por que a inflação no nosso bolso parece maior do que a inflação oficial?

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