Presidente do BC diz que país precisa de reformas para ter inflação baixa
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defendeu nesta quinta-feira (28) que a realização de reformas na economia brasileira é essencial para a manutenção de um cenário de inflação baixa no país.
"A continuidade do processo de reformas estruturais na economia é fundamento importante para as nossas projeções de médio e longo prazo e para a economia brasileira", disse o presidente do BC.
Leia também:
- BC mantém juros a 6,5% ao ano, e taxa segue no menor nível histórico
- BC diz que usará "instrumentos necessários" para conter dólar
- ANS: Plano de saúde poderá cobrar de paciente até 40% do atendimento
Ao comentar o relatório de inflação divulgado pelo BC nesta quinta-feira, o presidente disse que houve uma frustração nas expectativas sobre a continuidade das reformas no país. Goldfajn afirmou ainda que, no passado, havia um cenário mais favorável para o Brasil na economia externa, o que mudou nos últimos meses.
Neste ano, atropelado por crises políticas e suspeitas de corrupção, o governo brasileiro não conseguiu avançar na reforma da Previdência. A medida era considerada essencial para o governo melhorar o resultado das contas públicas.
No ambiente externo, a elevação de juros nos Estados Unidos atrai recursos que antes eram direcionados para países emergentes, como Brasil.
Goldfajn afirmou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano está de acordo com a meta de inflação estabelecida não apenas para 2018, mas também para 2019.
"Nós acreditamos que essa decisão é compatível com a convergência da inflação para a meta", afirmou.
O presidente do BC afirmou que um dos choques na economia foi a recente greve dos caminhoneiros.
"Nós achamos que vamos ter dificuldade maior para analisar os próximos dados que venham a ocorrer porque os dados vão sendo contaminados pelo choque dessa greve tanto na atividade quanto na inflação. Vamos ter que separar os impactos desse choque no que é mais perene [duradouro] no longo prazo", disse.
Inflação não deve ficar abaixo da meta
Goldfajn afirmou que o órgão enxerga possibilidade menor de a inflação ficar abaixo da meta estabelecida para o ano.
Para 2018, a meta estabelecida é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que a taxa pode ficar entre 3% e 6%. Nos últimos meses, havia expectativa de que a inflação ficasse abaixo até mesmo desse piso de 3% ao ano.
Depois da greve dos caminhoneiros e com uma recuperação da economia mais lenta, o Banco Central elevou de 3,8% para 4,2% a projeção para a inflação no fechamento de 2018. Para 2019, o Banco Central reduziu essa estimativa de 4,1% para 3,7%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.