Ação que dá poder de veto ao governo fica valendo só na "velha" Embraer
Na nova empresa de aviação comercial formada pela Embraer e pela norte-americana Boeing, o governo brasileiro não terá nenhum poder de decisão.
O acordo anunciado nesta segunda-feira (17) pelas fabricantes de aeronaves prevê que a Boeing comprará a divisão de aviação comercial da Embraer por US$ 5,3 bilhões. Essa divisão vai para uma joint venture, uma nova empresa na qual a Boeing terá participação de 80%, e os 20% restantes ficarão com a Embraer.
O governo brasileiro é dono de uma "golden share" da Embraer, uma ação especial que dá poder de veto em algumas decisões, como a venda do controle da empresa. É por causa dessa "golden share" que o acordo comercial entre a brasileira e a Boeing precisa ser aprovado pelo governo, mesmo se tratando de uma empresa privada.
Mas esse poder de veto do governo se restringe à "velha" Embraer. Na nova empresa, ele não terá nenhum poder de interferir nas decisões do negócio.
Governo também não terá poder sobre cargueiro
Além da nova empresa de aviação comercial, o acordo prevê a criação de uma segunda joint venture para produzir e vender um único produto, o cargueiro KC-390, a maior aeronave já desenvolvida no Brasil.
Nessa empresa, a Embraer será acionista majoritária, com participação de 51%, e a Boeing será dona do restante. Assim como no caso da nova companhia de aviação comercial, nesta joint venture o governo brasileiro não terá nenhum poder de decisão.
Existe uma terceira parte da empresa, a "velha" Embraer, que não foi vendida e continua com a "golden share" do governo brasileiro. Ela terá divisão militar (exceto o KC-390), aviação executiva e serviços.
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